Moradores de comunidades afetadas pela queda da antiga ponte de Santa Bárbara, em setembro de 2023, bloquearam totalmente a RSC-431, na manhã desta terça-feira, 1º de abril, em protesto contra a demora do Governo do Estado na reconstrução da estrutura e recuperação da rodovia. O tráfego de veículos está inteiramente interrompido nas proximidades do local onde a ponte foi levada pelas enchentes, entre Bento Gonçalves e São Valentim do Sul.
Com cartazes e barreiras improvisadas, os manifestantes exigem respostas concretas e prazos claros para o início da obra. Apesar de o recurso federal já estar liberado e a empresa responsável pela construção ter sido definida, nada saiu do papel. A população afirma estar cansada de promessas e do que considera abandono por parte do Estado.
Desde a queda da ponte, a RSC-431 acumula buracos, desníveis e trechos de risco, especialmente no acesso a comunidades rurais e distritos que dependem da rodovia para escoamento de produção agrícola e deslocamento até áreas urbanas. A falta de uma estrutura provisória obrigou moradores a usarem desvios longos e precários, aumentando o tempo e os custos de deslocamento.
“Passaram mais de seis meses. Já tem dinheiro, já tem empresa, e nada de obra. Estamos esquecidos”, disse uma moradora que participa do protesto.
Os organizadores afirmam que o bloqueio é por tempo indeterminado e que novas mobilizações poderão ocorrer caso o governo não se manifeste com medidas efetivas. A ponte de Santa Bárbara desabou durante as fortes chuvas que atingiram a região no final de setembro de 2023, deixando milhares de pessoas isoladas. Desde então, a reconstrução foi anunciada várias vezes, inclusive com liberação de verbas pela União, mas a execução continua paralisada.
Enquanto isso, a RSC-431 permanece interditada, símbolo da lentidão e ineficiência na gestão da infraestrutura estadual, e da frustração de uma comunidade que já esperou demais.