Uma operação policial deflagrada nesta terça-feira (25) mobilizou agentes em três estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul. A ação faz parte da segunda fase da investigação coordenada pela 89ª Delegacia de Polícia de São Paulo, que apura um esquema de extorsão conhecido como "golpe do nudes". Em Bento Gonçalves, a ofensiva contou com o apoio de policiais civis das delegacias locais e da cidade vizinha de Garibaldi.
Mandados de busca, apreensão e prisão foram cumpridos simultaneamente nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, abrangendo as cidades de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Cidreira, no território gaúcho. O objetivo da operação é desarticular um grupo criminoso que vinha extorquindo vítimas a partir de interações pelas redes sociais.
Segundo a Polícia Civil, ao menos 24 pessoas já foram identificadas como vítimas, sendo que três delas chegaram a pagar cerca de R$ 3 milhões aos criminosos. As extorsões ocorriam após os alvos receberem imagens íntimas supostamente enviadas por adolescentes. Em seguida, os criminosos se passavam por familiares ou policiais, alegando que a vítima havia cometido um crime e exigindo dinheiro para encerrar o suposto processo judicial.
A primeira fase da operação ocorreu em novembro do ano passado, com a identificação dos primeiros envolvidos no esquema. Nesta nova etapa, os mandados visam apreender celulares, computadores e outros materiais que possam comprovar a participação dos suspeitos nos crimes e revelar novos envolvidos.
Em Bento Gonçalves, os trabalhos foram concentrados em endereços residenciais, onde os agentes apreenderam documentos e equipamentos eletrônicos que passarão por perícia. A Polícia Civil informou que o número de vítimas pode aumentar nos próximos dias, com a análise do material coletado.
A operação reforça o alerta das autoridades para os riscos da exposição virtual. A Polícia recomenda que qualquer pessoa que se sinta vítima desse tipo de golpe procure imediatamente a delegacia mais próxima e não efetue pagamentos exigidos por supostos representantes da Justiça ou parentes de menores.
As investigações seguem em sigilo, mas novos desdobramentos da operação não estão descartados.