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Cuidados no climatério e na menopausa reduzem riscos à saúde

Ginecologista e obstetra explica os impactos do climatério e da menopausa na saúde feminina, destacando opções de tratamentos para prevenir doenças...

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
24/03/2025 às 15h20
Cuidados no climatério e na menopausa reduzem riscos à saúde
Imagem de Freepik

O climatério e a menopausa são marcos importantes na vida da mulher, com impactos diretos à saúde. Segundo o Ministério da Saúde, identificar os sinais e sintomas dessa fase permite a adoção de cuidados individualizados que promovam a qualidade de vida e o bem-estar.

De acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), no Brasil, em 2024, cerca de 30 milhões de mulheres viveram essa fase, e, globalmente, mais de 1,1 bilhão de mulheres estarão na pós-menopausa em 2025.

Para o Dr. Rodrigo Polignano, ginecologista e obstetra, “esses números ressaltam a necessidade de conscientização e de estratégias que minimizem os riscos à saúde feminina nesse período”.

Definição e tipos

Embora frequentemente usados como sinônimos, os termos “climatério” e “menopausa” têm significados distintos. A menopausa refere-se à cessação permanente da menstruação após 12 meses consecutivos sem ciclo menstrual.

O climatério, por sua vez, é o período de transição, geralmente entre os 40 e 65 anos, que marca a passagem do estado reprodutivo para o não reprodutivo. Esse processo engloba mudanças hormonais e fisiológicas que se manifestam antes, durante e após a menopausa, refletindo a redução progressiva da função ovariana.

De acordo com o Dr. Rodrigo Polignano, essa fase é dividida em três etapas: a pré-menopausa, marcada pela queda na fertilidade, geralmente após os 40 anos, com ciclos menstruais regulares ou levemente alterados; a perimenopausa, que ocorre nos dois anos anteriores à última menstruação até um ano após ela, sendo caracterizada por ciclos irregulares e alterações endócrinas; e a pós-menopausa, que começa um ano após o último período menstrual.

Além disso, a menopausa pode se manifestar de diferentes formas. A menopausa natural ocorre como parte do processo de envelhecimento, geralmente aos 51 anos, com 90% das mulheres vivenciando essa fase entre os 45 e 55 anos, segundo a FEBRASGO.

“Já a menopausa induzida é resultado de intervenções médicas, como cirurgias ou tratamentos, como a quimioterapia, que atingem o funcionamento ovariano e interrompem a menstruação”, explica o ginecologista. 

Por fim, a menopausa precoce, que ocorre entre os 40 e 45 anos, afeta cerca de 5% das mulheres. Quando ocorre antes dos 40 anos, é classificada como insuficiência ovariana prematura, afetando cerca de 1% das mulheres, ainda conforme os dados da FEBRASGO.

“A distinção entre esses termos é fundamental para abordarmos adequadamente tanto os sintomas quanto os riscos associados ao envelhecimento reprodutivo feminino”, acrescenta o Dr. Rodrigo Polignano.

Sintomas mais comuns

Os sintomas do climatério e da menopausa variam entre as mulheres, como as ondas de calor e os suores noturnos. “Esses sintomas vasomotores duram, em média, de 7 a 10 anos, e estão associados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares”, comenta o médico especialista.

Alterações de humor, como depressão e ansiedade, também podem ser comuns, especialmente nas fases mais avançadas da transição menopausal. Segundo o Dr. Rodrigo, os distúrbios do sono, como insônia, se agravam devido às ondas de calor noturnas, enquanto mudanças hormonais causam sintomas geniturinários, como secura vaginal e dispareunia. 

Ele ainda ressalta que essa fase está relacionada ao aumento da perda óssea e a alterações na saúde metabólica, como aumento da gordura abdominal, alterações nos lipídios sanguíneos, resistência à insulina, dislipidemia e disfunção endotelial, além de elevações nos riscos de doenças crônicas. 

“A redução nos níveis de estrogênio, característica da menopausa, está associada a condições como síndrome metabólica, diabete, osteoporose, artrite, demência e até certos tipos de câncer”, pontua.

Tratamentos recomendados

Dentre as opções recomendadas pelo ginecologista e obstetra, a terapia hormonal (TH) é a mais eficaz para os sintomas vasomotores. “A terapia com estrogênio, isolada ou combinada com progestógeno, pode reduzir a frequência desses sintomas em cerca de 75%, especialmente em mulheres com menos de 60 anos ou até 10 anos após o início da menopausa”, destaca.

Ele também recomenda a TH para casos específicos, como:

  • Prevenção da osteoporose: indicada para mulheres pós-menopáusicas com alto risco de fraturas ósseas; 
  • Síndrome geniturinária da menopausa: tratamento para sintomas como secura vaginal e dor durante a relação sexual (dispareunia); 
  • Presença de útero: a escolha entre estrogênio isolado ou combinado com progestógeno depende da presença de útero, sendo necessário receber a combinação para prevenir a hiperplasia endometrial; 
  • Densidade mamária: uso de progesterona micronizada natural via oral é uma opção de prevenção no aumento da densidade mamária e também pode prevenir a hiperplasia endometrial.

O médico ainda ressalta que, segundo estudos,  em mulheres saudáveis existem evidências de benefícios cardiovasculares quando a TH é iniciada na transição menopáusica ou nos primeiros anos de pós-menopausa, no período denominado janela de oportunidade.“Tais evidências alertam que a TH tem um efeito preventivo para doenças cardiovasculares, visto que existe um risco de aumento desse tipo de patologia em mulheres nesse período de transição", afirma. 

Dr. Rodrigo Polignano explica que o uso de hormônios isomoleculares, também chamados bioidênticos, aplicados via transdérmica ou intradérmica (implantes hormonais devidamente registrados e reconhecidos pela ANVISA), têm apresentado um bom índice de aceitação. 

Entretanto, existem contraindicações, “a TH não é indicada para mulheres com histórico de câncer de mama, doença coronariana, eventos tromboembólicos ou doença hepática ativa”, alerta o médico.

O ginecologista e obstetra, Dr. Rodrigo Polignano, reforça que o tratamento deve ser personalizado. “A decisão deve ser compartilhada entre paciente e médico, garantindo que as opções escolhidas sejam as mais adequadas às necessidades individuais de cada mulher”, conclui.

Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/dr.rodrigopolignano/ 

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