O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, tem o prazo de cinco dias úteis para apresentar à Justiça uma justificativa oficial sobre o motivo pelo qual tem se recusado a receber e a negociar com o Sindicato dos Servidores Municipais de Bento Gonçalves (SINDISERP-BG). A determinação foi emitida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, após ação protocolada pelo sindicato visando assegurar o direito de greve e abrir espaço para o diálogo com o Executivo.
Segundo o processo nº 5068262-33.2025.8.21.7000/RS, o SINDISERP-BG recorreu ao Judiciário como última alternativa, diante da falta de respostas da Prefeitura Municipal aos seus contatos desde janeiro de 2025. Diversas solicitações de audiência foram feitas ao Executivo, mas até o momento nenhuma manifestação oficial havia sido registrada.
No despacho emitido nesta sexta-feira, 21 de março, o desembargador relator Eduardo Delgado, da 3ª Câmara Cível do TJRS, reconheceu a intenção conciliadora do Sindicato, destacando que o objetivo da ação não é a paralisação, mas a abertura de diálogo com a administração municipal, a fim de evitar trastornos maiores para a população.
Com isso, o Tribunal determinou que o município de Bento Gonçalves se manifeste no prazo de cinco dias sobre a recusa em negociar com os servidores. A greve, que estava em vias de ser deflagrada, foi suspensa temporariamente, em respeito à decisão judicial e à expectativa de um posicionamento do Executivo.
Em nota, o SINDISERP-BG reafirmou seu compromisso com os servidores públicos e destacou que a ação na Justiça é uma tentativa de evitar prejuízos à população e encontrar soluções via negociação. “Nosso objetivo é o diálogo. Seguiremos informando os próximos passos e esperamos que o Executivo finalmente se posicione de forma transparente com a categoria”, declarou a direção sindical.
O episódio marca mais um capítulo no crescente impasse entre o Executivo municipal e os servidores públicos de Bento Gonçalves. Mesmo diante de um contexto delicado e da insatisfação generalizada da categoria, o prefeito Diogo Siqueira ainda não demonstrou interesse em abrir conversas formais com o sindicato, o que motivou a judicialização do conflito.
A expectativa agora recai sobre a resposta do município, que pode definir os rumos da negociação e a eventual retomada da greve caso o impasse persista.