A quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio o setor de turismo e os negócios do Airbnb, startup que enfrenta o maior desafio de sua existência. "Demoramos 12 anos para construir o negócio do Airbnb e perdemos quase tudo em questão de quatro a seis semanas", disse Brian Chesky, diretor e fundador da empresa, em entrevista à rede norte-americana CNBC, nesta semana.
A Covid-19 forçou uma das companhias de tecnologia mais valiosas dos Estados Unidos a cortar custos drasticamente, demitindo 1,9 mil colaboradores (25% do quadro), e a suspensão de gastos com marketing. A redução do pessoal, diz o executivo, dará fôlego para que a companhia suporte uma nova onda da Covid-19.
"Se tivermos outra quarentena ou várias quarentenas, se as comunidades continuarem obrigadas a fechar e o turismo parar, estaremos bem com as mudanças”, alega Chesky. "Não sabemos quanto tempo essa tormenta nos atingirá, por isso, então esperamos o melhor, mas nos preparamos para o pior”, acrescentou.
Segundo Chesky, a forma com que a sociedade viaja será transformada. “Isso não significa que acabarão as viagens, mas que a forma com que viajávamos até então acabou, e nunca voltará a ser igual”, definiu.
Uma das mudanças causadas pela pandemia, agrega, é o fortalecimento do turismo interno, com protagonismo de comunidades locais. "Ninguém sabe como será, mas acho que veremos uma redistribuição dos lugares para onde se viaja."
Para 2020, a empresa projeta levantar menos da metade das receitas de 2019, conforme mensagem enviada aos funcionários na ocasião do anúncio dos cortes. Sobre os meses de turbulência, Chesky diz que espera que tenham sido didáticos. "Espero que esses últimos quatro meses tenham sido uma lição”, afirma.
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