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Ações de saúde no Carnaval ajudam na prevenção de ISTs

Além da distribuição de preservativos, PrEP, campanhas educativas e testagem frequente são essenciais na prevenção. Médico especialista destaca a i...

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
20/03/2025 às 13h08
Ações de saúde no Carnaval ajudam na prevenção de ISTs
Imagem de Freepik

Em 2025, diversas políticas públicas foram implementadas durante o Carnaval com o objetivo de reforçar cuidados básicos para os foliões, incluindo a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). 

Em Salvador, por exemplo, de acordo com a Secretaria de Comunicação, dois módulos municipais do programa Fique Sabendo realizaram mais de 6 mil testes para ISTs. O número representa um crescimento de 9% em relação à edição anterior da festa, em 2024, quando foram feitos mais de 5 mil exames para detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C.

O especialista em coloproctologia LGBTQIAPN+ e fundador do Instituto Medicina em Foco, uma clínica inclusiva em São Paulo, Dr. Rodrigo Barbosa, afirma que campanhas como a realizada na capital baiana são cruciais, pois permitem a detecção precoce de infecções, reduzindo a propagação e promovendo o tratamento adequado. 

Além disso, segundo o profissional, essas iniciativas ampliam a conscientização sobre a importância da saúde sexual e tornam os serviços de atendimento mais acessíveis, especialmente em momentos de maior vulnerabilidade.

“Realizar testes para ISTs após períodos de grande exposição, como o Carnaval, é fundamental para identificar infecções precoces e iniciar o tratamento, se necessário. Isso não apenas protege a saúde individual, mas também contribui para a saúde pública, reduzindo a disseminação de infecções na comunidade”, analisa.

Porém, o Dr. Rodrigo ressalta que a prevenção de ISTs deve ser contínua e não restrita a períodos sazonais, uma vez que a transmissão de patógenos ocorre ao longo de todo o ano. “O comportamento sexual pode ser influenciado por fatores culturais e sociais, mas a vulnerabilidade às ISTs é uma preocupação constante, independentemente da época. A educação e a conscientização contínuas são essenciais para manter a saúde sexual da população”, ressalta.

Uma das formas de promover a conscientização sobre o uso de preservativos durante todo o ano, explica o médico, é por meio de programas educacionais em instituições de educação, campanhas em redes sociais, distribuição de materiais informativos em eventos comunitários e parcerias com bares e casas noturnas. 

“A promoção de diálogos abertos sobre sexualidade e saúde sexual, além de workshops e palestras, pode ajudar a desmistificar o uso de preservativos”, acrescenta.

Outras estratégias podem ajudar na prevenção

Além do uso de preservativos, outras estratégias eficazes ajudam a reduzir a transmissão de ISTs. O infectologista Dr. Vinicius Borges, especialista em saúde LGBTQIA+ e também um dos fundadores do Instituto Medicina em Foco, destaca a importância de testes regulares, educação sexual abrangente e campanhas de conscientização sobre os diferentes tipos de infecções.

Ele também ressalta o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) para populações de maior risco e a profilaxia antibiótica pós-exposição com doxiciclina (DoxiPrEP), que pode reduzir a transmissão de algumas ISTs.

“A formação de grupos de apoio e redes de saúde comunitárias, incluindo as redes sociais, também podem ajudar a disseminar informações e a criar um ambiente mais seguro. O Instituto Medicina em Foco, por exemplo, assim como minha página no instagram, @doutormaravilha, buscamos abordar esses assuntos”, reforça o infectologista.

O acesso a informações claras e livres de estigma é essencial para a comunidade LGBTQIAPN+, segundo o especialista, “pois promove a autoestima e a capacidade de tomar decisões informadas sobre saúde sexual”.

Ele também destaca a importância de serviços de saúde acolhedores e preparados para atender às necessidades específicas dessa população, garantindo segurança e conforto a quem busca cuidados.

“É importante destacar que a saúde sexual é um componente integral da saúde geral e que o estigma associado às ISTs pode ser um obstáculo significativo ao tratamento e à prevenção. A abordagem inclusiva e informativa é fundamental para garantir que todos tenham acesso a cuidados de saúde adequados e à informação necessária para viver de forma saudável e segura”, finaliza.

Para mais informações sobre o Instituto Medicina em Foco, que possui diversos profissionais especializados no cuidado LGBTQIA+, basta acessar: https://emfoco.med.br/ 

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