A relação entre a Prefeitura de Bento Gonçalves e os servidores públicos municipais atingiu um novo nível de tensão após a aprovação, na Câmara de Vereadores, de um pacote de medidas que retira direitos trabalhistas de futuros funcionários da administração municipal. Em resposta, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindiserp-BG) convocou uma greve geral do funcionalismo público, prevista, inicialmente, para começar na terça-feira, 11 de março.
Na última sessão da Câmara de Vereadores, os parlamentares da base governista, alinhados ao prefeito Diogo Siqueira, aprovaram projetos que eliminam biênios, licença-prêmio e outros benefícios dos futuros servidores. O Sindiserp-BG organizou uma grande manifestação no plenário da Casa, mas, mesmo com a pressão da categoria, os vereadores mantiveram a decisão.
Diante da insatisfação da categoria, o sindicato optou por radicalizar a mobilização e anunciou a greve geral. No entanto, a decisão provocou uma reação imediata do prefeito Diogo Siqueira, que passou a ameaçar com retaliações contra os servidores e gravou um vídeo tentando descredibilizar o movimento sindical.
Em sua gravação, Diogo Siqueira afirmou que a greve e as manifestações são motivadas por questões políticas e atacou diretamente a presidente do Sindiserp-BG, Neilene Lunelli, dizendo que ela é filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ao mesmo tempo, o prefeito tentou se colocar como vítima, declarando que "confia nos servidores municipais" e minimizando a crise.
A postura do chefe do Executivo gerou revolta entre os servidores, que consideraram o vídeo uma tentativa de manipulação da opinião pública. Em resposta, a presidente do Sindiserp-BG divulgou uma nota oficial, na qual condena as declarações de Siqueira e afirma que o prefeito tenta "desinformar e manipular" a população. "Nossa luta é um ato de cidadania, não político-partidário. Reivindicamos salários justos, condições de trabalho adequadas e respeito às leis. Não aceitaremos que o prefeito tente transformar isso em um embate ideológico para desviar o foco da real questão", destacou Lunelli.
Diante do acirramento do conflito, o Sindiserp-BG decidiu reorganizar o movimento e convocou uma assembleia geral para a próxima quinta-feira, 13 de março, às 18h, na Escola Bento. O objetivo é garantir segurança jurídica aos servidores e alinhar a estratégia de mobilização para os próximos dias.
A direção do sindicato afirmou que, até quinta-feira, as atividades seguirão normalmente, mas a paralisação ainda está mantida como forma de pressionar o governo municipal a negociar.
Entre as principais reivindicações dos servidores estão:
✔️ Cumprimento da lei e reajuste salarial imediato
✔️ Reversão das medidas que retiram direitos dos servidores
✔️ Abertura de uma mesa de negociação transparente e sem manipulação
O embate entre os servidores municipais e o prefeito Diogo Siqueira segue sem previsão de trégua. A mobilização promete se intensificar nos próximos dias, à medida que a categoria se organiza para enfrentar as ameaças e retaliações da administração municipal.