Economia Negócios
Empresas precisam agir contra a desigualdade de gênero
Empresas adotam estratégias para promover igualdade de gênero no ambiente de trabalho. Especialista do ManpowerGroup Brasil destaca a importância d...
10/03/2025 11h07
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino

Embora avanços tenham sido conquistados nas últimas décadas, a desigualdade de gênero segue sendo um desafio global, refletido nas disparidades salariais e nas oportunidades de desenvolvimento e liderança. Com a crescente visibilidade das questões de diversidade, as empresas têm intensificado esforços para implementar ações concretas que promovam a equidade de gênero no ambiente de trabalho.

Ana Guimarães, diretora de operações no ManpowerGroup Brasil, explica que a redução da desigualdade de gênero requer um esforço constante e uma abordagem estratégica. “A cultura organizacional desempenha um papel crucial na implementação de mudanças duradouras. As empresas devem criar oportunidades e garantir que as condições para o crescimento sejam equitativas para todas as pessoas colaboradoras”, afirma.

Uma das primeiras medidas para promover a igualdade de gênero, segundo Ana Guimarães, é revisar criticamente as práticas de recrutamento e promoção nas empresas. “As organizações precisam rever seus processos seletivos e garantir que as mulheres tenham acesso igualitário às vagas, inclusive de liderança. Além disso, é importante que o apoio ao avanço delas seja uma prioridade na estrutura interna, com ênfase em programas de mentoria e desenvolvimento de habilidades”, comenta.

Para a especialista, a implementação de políticas de flexibilidade, assim como de apoio à maternidade e paternidade, é essencial para as empresas contribuírem efetivamente com a redução das desigualdades. “O desequilíbrio entre vida profissional e pessoal continua sendo um desafio. Organizações que adotam horários flexíveis, oferecem opções de trabalho remoto e implementam programas de apoio à saúde mental estão criando um ambiente mais igualitário”, afirma Ana Guimarães.

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Ela destaca que as políticas de flexibilidade devem ser encaradas não somente como um benefício, mas como uma estratégia necessária para o bem-estar e o desempenho dos talentos. “Essas políticas não são só uma vantagem competitiva, são também uma ferramenta para equilibrar responsabilidades profissionais e familiares. Ao criar um ambiente flexível, as empresas estão investindo diretamente na permanência e no crescimento das mulheres nas suas carreiras”, acrescenta. 

A promoção de mulheres em áreas tradicionalmente dominadas por homens, como tecnologia e engenharia, também é uma mudança fundamental, segundo a especialista. Oferecer oportunidades de capacitação e desenvolvimento nessas áreas pode abrir portas para muitas profissionais. “Empresas que incentivam a formação de mulheres nesses setores de alta demanda têm a chance de promover a equidade de gênero, atrair talentos e se posicionar como líderes em indústrias inovadoras”, observa.

Ana Guimarães também defende que as companhias adotem uma abordagem transparente e mensurável para garantir que suas iniciativas de igualdade de gênero sejam eficazes. “As organizações precisam ser claras sobre suas metas e compromissos em relação à diversidade e inclusão. Isso inclui criar indicadores para medir a participação feminina em cargos de liderança, eliminar disparidades salariais e desenvolver programas de formação”, explica.

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Além das mudanças internas, a diretora acredita que as empresas têm um papel fundamental no apoio a causas sociais mais amplas. “As organizações que colaboram com ONGs ou investem em programas de capacitação e empoderamento feminino em comunidades vulneráveis estão contribuindo para mudanças estruturais significativas. Elas podem inspirar uma transformação mais ampla, que favoreça a igualdade de gênero em toda a sociedade”, comenta.

Por fim, Ana Guimarães defende que a luta pela redução da desigualdade de gênero não deve se restringir a ações pontuais ou meses comemorativos, mas ser vista como um compromisso de longo prazo. “A promoção da equidade de gênero é um movimento contínuo e requer uma abordagem holística, que envolva a adaptação da cultura organizacional, a revisão das políticas internas e o comprometimento de todas as pessoas. As empresas que investem em ações concretas e mensuráveis se destacam como líderes em diversidade e inclusão, além de colher os benefícios de um ambiente de trabalho mais inovador e produtivo”.