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Jovem vende trufas para pagar curso e ganha oportunidade para trilhar seu sonho

Kevin Alisson Pereira, de 13 anos, almeja se tornar um profissional na área da tecnologia da informação. Há alguns meses, o jovem começou a trilhar o seu objetivo através da Escola Infoserv.

16/06/2020 às 14h28 Atualizada em 30/06/2020 às 12h27
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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Kévin Sganzerla
Kévin Sganzerla

Tímido, singelo e muito educado. É com um largo sorriso no resto e com todas essas qualidades que o menino Kevin Alisson Pereira, de 13 anos, aborda as pessoas para vender trufas, com o intuito de arrecadar recursos em busca do sonho de ser um profissional na área da Tecnologia da Informação (TI). E foi através deste trabalho e de seus esforços que ganhou notoriedade e que, por meio da Escola Infoserv, alcançou uma grande oportunidade para começar a trilhar carreira no ramo da tecnologia. 

Morador do Bairro Municipal, Kevin vive com o pai, a mãe e duas irmãs mais novas. Quando estudava na escola de seu bairro, o jovem descobriu alguns cursos de robótica e informatica, e logo se interessou. No entanto, o valor dos cursos estava muito além do que a família podia arcar. 

Foi então que Kevin, com a ajuda dos pais, teve a ideia de arrecadar fundos por meio da venda de trufas pelo bairro. “De noite, conversando com o meu pai, quis buscar uma forma para fazer um curso, pois nunca tinha feito antes e achava uma coisa muito legal. E então comecei a vender trufas para pagar o curso, pois meu sonho é ser um programador ou um técnico de TI”, explica sorridente. 

Com os ânimos muito empolgados para arrecadar recursos, Kevin começou a vender trufas no seu bairro. Gradativamente foi aumentando a abrangência de suas vendas para bairros vizinhos, no centro, e em pontos com grande fluxo de pessoas e turistas, como na Maria Fumaça, nas igrejas e nos postos de gasolina. O seu jeito educado e simples, aos poucos, o tornou conhecido na cidade. 

Em uma certa ocasião, Kevin estava vendendo trufas próximo à Câmara de Vereadores, quando o chamaram para entrar para vendê-las aos funcionários do local. “Uma vez estava vendendo ali na frente da câmara de vereadores e encontrei um senhor. Ele me levou lá para dentro da Câmara e vendi. Nisso que vendi, me apresentaram para um senhor chamado Rogério Frá. Ele falou que ia conseguir um curso para mim. E então o Beto entrou na minha vida”, relata. 

O diretor da Escola Infoserv, Roberto Carraro, conhecido como Beto, soube sobre a história do menino e logo se prontificou a ajuda-lo e conhecê-lo pessoalmente. “Ele (Rogério Frá) comentou que tinha um rapaz que o sonho dele era fazer um curso, pois queria trabalhar na área do futuro. Cheguei nele, convidei para vir na escola, conheci a avó, a mãe dele e começamos a apostar nele. Desde outubro ele faz o curso aqui, está fazendo o primeiro curso, que é o de Office, depois vai fazer outros. Vamos investir nele, vamos desenvolver o menino em vários cursos, pois tem o sonho de ser um técnico de informática. E a escola Infoserv, através da minha pessoa e da minha equipe, vai ajudar ele a realizar esse sonho”, salienta Beto. 


Durante a pandemia, Kevin continuou a vender trufas pela cidade, porém com todos os cuidados necessários e o auxílio do Beto, que o leva para alguns pontos pelo município para ajudá-lo a manter o pequeno empreendimento. Desta forma, o pequeno garoto consegue, mesmo com as limitações por conta da pandemia, ajudar nas despesas de casa. 

Além disso, também foi por meio das trufas que Kevin agora está de escola nova. “Fui vender trufas no Sagrado, e tinha as bolsas abertas. Fiz a prova. Tive a oportunidade de fazer a prova, pois gostaram de mim. Após fazer a prova voltei na outra semana para conversar com a irmã. Ela me falou que eu tinha tirado uma nota boa, e continuei conversando com ela e daí consegui”, comenta. 

Uma doação que abriu inúmeras portas

Em maio, Kevin observou suas possibilidades, ao iniciar a sua trajetória na área de informática, se expandirem significativamente para o seu desenvolvimento. A Escola Infoserv fez a doação de um computador para o jovem menino, para que pudesse colocar em prática em casa o que está aprendendo em suas aulas na instituição. “Eu estava sem computador. Só praticava na aula mesmo. O Beto me doou um computador da escola, e agora estou conseguindo fazer as aulas em casa e praticar”, ressalta o jovem. 

Foto: Escola Infoserv

Além do suporte oferecido ao menino na venda das trufas neste cenário de pandemia, a escola foi além e fez a doação do equipamento, investindo em seu potencial. “Ele tem um futuro brilhante pela frente. Tenho conversado semanalmente com ele, com os pais dele. É um menino que a escola Infoserv, o Beto adotou, podemos dizer assim. E, num futuro próximo, vai ser um colaborador aqui da Escola, assim que ele puder ser colocado como menor aprendiz, se quiser, é claro, mas ele pode seguir a carreira dele e vai ter a sua oportunidade”, comenta o empresário. 

Mesmo que a pandemia tenha afetado suas vendas, o singelo sorriso permanece fixo em seu rosto, e o brilho nos olhos ao participar da aula, concentrado e muito empenhado, traz à tona a certeza de que não medirá esforços para alcançar o seu sonho.

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