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Especialista alerta sobre as principais causas da gravidez de alto risco

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% a 15% das gestações em todo o mundo são consideradas de risco elevado.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
26/02/2025 às 17h41
Especialista alerta sobre as principais causas da gravidez de alto risco
Freepik

A gestação é um momento de transformação e expectativa, mas, para algumas mulheres, pode ser marcada por desafios que exigem atenção especial. Quando uma gravidez é classificada como de alto risco, os cuidados precisam ser intensificados para garantir a saúde da mãe e do bebê. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% a 15% das gestações em todo o mundo são consideradas de alto risco, o que reforça a importância de um pré-natal adequado e de informações claras sobre o tema.

A Dra. Polyana Mattedi, coordenadora da ginecologia e obstetrícia do Hospital Mater Dei Goiânia, explica que uma gravidez é considerada de alto risco quando há fatores que aumentam as chances de complicações para a mãe e o bebê. "Isso inclui condições como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, além de alterações no bebê, como malformações", destaca a especialista.

O que caracteriza uma gravidez de alto risco?

De acordo com a Dra. Polyana, qualquer doença pré-existente ou adquirida durante a gestação pode levar a uma gravidez de alto risco. "Além disso, extremos de idade também influenciam: mulheres com menos de 15 anos podem não ter maturidade física e psicológica suficiente, enquanto aquelas acima de 35 anos têm maior probabilidade de desenvolver doenças crônicas que podem complicar a gestação", explica.

Dados do Ministério da Saúde mostram que a gravidez na adolescência representa cerca de 14% dos nascimentos no Brasil, enquanto gestações após os 35 anos têm aumentado significativamente, reflexo de mudanças sociais e profissionais. Esses grupos demandam atenção especial, pois estão mais suscetíveis a complicações como parto prematuro, baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia.

Fatores de risco e complicações mais comuns

A médica ressalta que são diversos os fatores que podem classificar uma gestação como de alto risco, tornando difícil listar todos. Entre os mais comuns estão hipertensão, diabetes, tabagismo, alcoolismo e doenças cardíacas. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a hipertensão arterial é uma das principais causas de complicações na gestação, responsável por cerca de 10% das mortes maternas no Brasil.

As complicações variam de acordo com a causa do risco. Um exemplo é a pré-eclâmpsia, condição caracterizada pela pressão alta, associada a outras alterações, após 20 semanas de gestação. "O diagnóstico da pré-eclâmpsia é feito durante o pré-natal, com a aferição da pressão em todas as consultas. O tratamento inclui medicamentos anti-hipertensivos prescritos pelo obstetra", explica Dra. Polyana.

Outra complicação frequente é o diabetes gestacional, que afeta aproximadamente 18% das gestantes no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. Se não controlado, pode levar a partos prematuros, macrossomia (bebês com peso acima da média) e, até mesmo, ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 na mãe após o parto.

Cuidados e mudanças no estilo de vida

Para gestantes de alto risco, a adoção de um estilo de vida saudável é fundamental. A médica enfatiza que mudanças de hábitos são essenciais para todas as gestantes, mas, no caso de gravidez de alto risco, o obstetra pode indicar medidas específicas. "Dependendo do risco, o médico pode recomendar exercícios físicos adequados e uma alimentação específica para cada caso", afirma.

Além disso, o acompanhamento pré-natal é crucial. Consultas regulares permitem monitorar a saúde da mãe e do bebê, identificar possíveis complicações precocemente e tomar as medidas necessárias para garantir uma gestação segura. A OMS recomenda pelo menos oito consultas de pré-natal para reduzir riscos e melhorar os resultados da gestação.

A gravidez de alto risco exige atenção especial, mas com os cuidados adequados e o acompanhamento médico, é possível minimizar os riscos e garantir um desfecho positivo para mãe e bebê. Como destaca a Dra. Polyana, "a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores ferramentas para enfrentar os desafios de uma gestação de alto risco". Portanto, investir em um pré-natal de qualidade, adotar um estilo de vida saudável e seguir as orientações médicas são passos essenciais para uma gestação tranquila e segura.

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