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Homem, de 75 anos, improvisa academia em casa para se manter ativo na pandemia

Sem poder sair de casa, por pertencer ao grupo de risco, Angelo Arcari construiu uma academia improvisada no porão de sua residência para manter suas atividades físicas durante a pandemia.

11/06/2020 às 22h09 Atualizada em 27/06/2020 às 12h12
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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Kévin Sganzerla
Kévin Sganzerla

A pandemia do novo coronavírus não foi empecilho para parar o bento-gonçalvense Angelo Arcari, de 75 anos. O morador do bairro Botafogo sempre teve paixão por esportes, sobretudo pela academia. Por pertencer ao grupo de risco, Angelo não pôde mais sair de casa para praticar exercícios físicos, no entanto não foi motivo suficiente para deixá-lo parado em casa. No improviso, ele construiu uma academia própria no porão de seu lar, onde consegue se manter ativo no dia-a-dia.

A paixão pela academia, sobretudo pela musculação, vem de anos. Antes da pandemia, Angelo frequentava semanalmente a academia, enquanto sua esposa, Dona Clarisse Scotton Arcari, sempre comparecia às aulas de hidroginástica no Clube Botafogo. A pandemia, no entanto, os limitou a ficar dentro de casa, tomando os devidos cuidados que exige o cenário atual. 

Porém, como diz, Angelo: “para mim dinheiro é secundário. Desaparece a academia para mim desaparece tudo”. Desta forma, a criatividade entrou em cena. No porão de sua residência, ele montou uma academia improvisada, com bicicleta “’ergométrica”, saco para boxe e pesos. 


À tarde, se veste e desce as escadas da cozinha para o porão. Faz alguns pequenos alongamentos e inicia as atividades em uma espécie de bicicleta ergométrica, a qual seu neto, Gabriel Panizzi, auxiliou no improviso. “O Gabriel adaptou a parte de trás da bicicleta, aí fica como se fosse uma bicicleta ergométrica. Você pode pedalar que não sai do lugar. Meu netinho é um gênio para fazer isso aí, me ajudou bastante. E vai ficar aí, pois voltar para a academia esse ano que eu não volto. Não preciso sair de casa”, explica Angelo. 

Após, ele coloca as luvas de boxe e exercita os braços com um saco de pancada improvisado. “Colocamos areia dentro e um pouco de chumbo, para ficar mais pesado, e é revestido com esponja. Pode dar soco nele o quanto quiser que ele não se queixa. É saco de pancada mesmo”, relata Angelo, com muitas gargalhadas.

Ele também se exercita com alguns pesos improvisados. Em um primeiro momento, construiu uma espécie de peso com um litro de água. Posteriormente conseguiu comprar pesos, os quais adaptou em um cano. “Não tinha como comprar o peso, aí peguei um garrafão de cinco litros e enchi de chumbo e água até atingir doze quilos, que é o peso que faço. Improvisado, mas está aí. Depois os pesos eu comprei. Doze quilos aquelas argolas, e coloquei em um cano e adaptei”, comenta orgulhoso de sua ideia. 


A paixão pela academia é refletida pelo ótimo bom humor e pela vitalidade, sobretudo ao mostrar com orgulho os bíceps à câmera. “Sinto mal ficar parado. De bike também não dá para sair na rua, então improvisei essa academia. Faço mais musculação, e agora bicicleta, que meu neto adaptou na bike. Agora faço tudo aqui em casa.  Eu faço um dia sim, um dia não. Mas eu deixo de comer, mas não deixo de fazer academia”, afirma Angelo. 

Angelo relata que, quando andava pela rua, ou agora, aparecendo nas redes sociais, os amigos sempre o elogiam pelo bom estado físico que se encontra, sobretudo quando está de regata e mostra seus músculos. Com as atividades na academia improvisada, ele ressalta que não há tempo ruim, comprovado no sorriso estridente ao comentar sobre a sua rotina em tempos de pandemia. 

Angelo e Clarisse, uma família de "esportistas", que nunca deixou de praticar alguma atividade física, nem mesmo no período de pandemia

O resultado por não ficar parado, nem quando a pandemia não o permite sair de sua casa, é corroborado pela vitalidade e pela boa saúde em que se encontra no momento. “Eu sempre penso assim. Que Deus me dê saúde, mas você precisa ir atrás da saúde também. Pedindo saúde e ficar o dia inteiro sentado ao redor do fogão a lenha não vai dar certo. Você tem que se ajudar também”, destaca Angelo, orgulhoso de sua rotina. 

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