O avanço do projeto Rota dos Capitéis - Caminhos da Imigração e da Fé pode finalmente sair do papel e ganhar as estradas da Serra Gaúcha a partir do primeiro semestre de 2025. A iniciativa, que integra 10 municípios da região, está em fase de estruturação e busca reconhecimento estadual para potencializar a captação de recursos e consolidar-se como novo produto turístico cultural e religioso no Rio Grande do Sul. A expectativa é que a tramitação do Projeto de Lei ocorra rapidamente, para que o lançamento oficial da Rota dos Capitéis aconteça em maio de 2025, integrando-se às comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul.
Nesta segunda-feira, dia 17, o grupo gestor do projeto reuniu-se com o deputado Estadual Guilherme Pasin (PP), no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), para discutir a institucionalização da rota em nível estadual. A proposta é que a Rota dos Capitéis seja declarada de interesse público por meio de um Projeto de Lei (PL), que será apresentado em breve na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. “Esse reconhecimento facilitará a captação de recursos e atrairá a atenção do Governo do Estado para a importância desse roteiro no fortalecimento do turismo cultural e religioso da região”, explicou Pasin. Ele ainda destacou que o objetivo não é transferir o controle da rota ao Estado, mas sim oferecer suporte adicional à governança local e regional.
Outro ponto debatido na reunião foi a necessidade da criação de uma entidade ou associação gestora da rota, a fim de assegurar a continuidade do projeto, independentemente das mudanças nas administrações municipais. “Estamos tratando de um movimento que visa o desenvolvimento regional e não pode depender apenas dos mandatos políticos”, ressaltou Marijane Paese, presidente do Conselho Superior do CIC-BG.
A Rota dos Capitéis percorrerá 330 quilômetros, conectando as sedes dos municípios de Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi, Imigrante, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza. Além disso, haverá 33 rotas circulares que somam 866 quilômetros adicionais, contemplando ao todo 468 construções religiosas, entre capitelas, capelas, igrejas, grutas e ermidas.
O roteiro será adaptado para diversos perfis de visitantes, podendo ser percorrido por veículos motorizados, ciclistas ou caminhantes, seguindo normas ABNT/ISO. Estão previstas 16 estações de apoio entre os municípios, com estrutura para hidratação, informações, bicicletários e pontos de manutenção para bicicletas.
O projeto é capitaneado pelo CIC-BG, em parceria com os dez municípios envolvidos e o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (CISGA). Conta com patrocínio do Banrisul, Rio Grande Seguros e Previdência, Deputado Estadual Guilherme Pasin e Sicredi, e tem o apoio do Sebrae e do CISGA.