Ao contrário do mês de abril, quando o Esportivo foi o primeiro clube que retornou aos treinamentos em meio à pandemia, mesmo sem a certeza da volta do Gauchão, o momento atual é de cautela. Devido à queda nas receitas, a direção optou por aguardar a data oficial da retomada da competição estadual para retornar aos trabalhos dentro de campo, medida que vai ao encontro da contenção de gastos e que visa manter a estabilidade financeira do clube.
Os decretos estadual e municipal permitem a realização de atividades esportivas no clube, porém com diversas restrições. Apesar da liberação, o Esportivo preferiu adotar uma postura distinta em relação à ocasião anterior, quando retornaram aos trabalhos em abril. A queda nas receitas devido à suspensão de patrocínios fez com que a direção recuasse, aguardando uma definição concreta por parte da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) quanto ao retorno do Gauchão.
De acordo com o presidente do Esportivo, Laudir Piccoli, o clube está conseguindo manter a saúde financeira estável, sobretudo com o auxílio de conselheiros. “O clube ainda está em dia nos seus compromissos, mas com muita dificuldade. Não posso deixar de agradecer alguns conselheiros que, no momento em que eu precisava de um aporte para a rescisão dos jogadores no começo de abril (para os novos contratos), eles prontamente nos atenderam, nos ajudaram. O clube hoje está fechado praticamente pelas questões financeiras. Nós não temos como segurar o clube aberto ou sem funcionamento e pagando os salários de todos os colaboradores”, explica.
O presidente, no entanto, salienta que os patrocínios não foram cancelados, e sim suspensos por tempo indeterminado. “Tivemos alguns patrocinadores que cancelaram os seus patrocínios por tempo indeterminado, mas não quer dizer que vão deixar de ser nossos patrocinadores, mas a dificuldade como ela é geral, o Clube Esportivo também entende”, comenta.
Segundo o Vice-Presidente de Finanças, Leocir Glowacki, o clube teve uma queda de 11% no quadro social. No entanto, a receita proveniente dos sócios, segundo Laudir Piccoli, não corresponde a 10% dos gastos do clube. “Os sócios até se mantêm, são valores de mensalidades mais baixos, mas também não temos muito mais que 600 sócios”, ressalta.
Com o Esportivo garantido na elite do futebol gaúcho para 2021, objetivo alcançado antes mesmo da paralisação e da FGF decretar que a competição não terá rebaixamento neste ano, os esforços da direção, agora, serão direcionados para manter os compromissos do clube em dia. “O Esportivo está encaminhado para 2021, agora nosso maior compromisso é continuar com as contas em dia até terminarmos o Campeonato Gaúcho de 2020, liberar os jogadores pagando os seus salários, pagando a rescisão”, comenta Piccoli.
O Esportivo aguarda a definição de datas por parte da FGF para planejar o seu retorno com base nos protocolos impostos pela própria entidade. A expectativa é que as atividades dentro de campo sejam retomadas no mês de julho, uma vez que o período-base para reinício do Gauchão é entre os meses de julho e agosto. A FGF já liberou aos clubes 50 testes para o Covid-19 para testar atletas, comissão técnica e demais colaboradores das equipes do interior.
Presidente garante permanência dos trabalhos nas categorias de base
A prioridade dos clubes do interior está voltada ao profissional e às questões financeiras, deixando em um segundo plano as categorias de base. Apesar do cenário permeado por incertezas, o presidente do Esportivo garantiu que o alviazul não deixará de dar a devida importância à escolinha e às categorias de base do clube.
Assim como o profissional, ainda não há nenhuma expectativa concreta do retorno das atividades na base do clube. “Nós entendemos a importância da categoria de base. Também temos que entender que o momento atual não é de voltar com as categorias de base, esse não é nosso propósito principal, mas o nosso objetivo com certeza é continuar trabalhando forte em cima das categorias de base”, comenta Laudir.
O Esportivo possui um projeto aprovado e captado junto ao Pró-Esporte, mas que ainda não foi colocado em prática devido à pandemia. “Nós temos um projeto aprovado e captado na totalidade. Agora, no dia 6 de junho, começariam as novas inscrições, já começariam a ser executadas as rubricas do projeto. Neste ponto não teríamos o problema financeiro, pois já temos o dinheiro captado. A pandemia não está nos deixando executar o projeto, mas o Pró-Esporte já prorrogou por 60 dias todos os projetos”, explica.
A FGF ainda deverá reunir as equipes participantes dos estaduais sub-15 e sub-17 para definir o futuro das competições. “No momento que existir a viabilidade sanitária e a viabilidade de profissionais e tudo pronto e apto para executar as suas tarefas, com certeza vamos voltar com força máxima nas categorias de base”, ressalta o mandatário alviazul.
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