Nos bastidores da política de Bento Gonçalves, há um movimento que não pode passar despercebido. O presidente da Câmara de Vereadores, Anderson Zanella (Progressistas), vem se posicionando como o defensor da moral e dos bons costumes, mas a realidade por trás dessa imagem revela uma postura preocupante: a de alguém que busca impor regras sem contestação e agir sem qualquer ameaça aos seus objetivos. Cada vez que isso acontecer, o presidente do Legislativo irá ocupar a tribuna para fazer disparos aleatórios e sem sentido, como os que ocorreram na sessão ordinária da segunda-feira, 10 de fevereiro. Com certeza, o primeiro de muitos. 

Com uma base governista majoritária na Câmara, Zanella tem o caminho livre para aprovar os projetos que sempre desejou, utilizando um discurso embasado no progresso e no desenvolvimento. No entanto, os reais interesses por trás dessas iniciativas são questionáveis, e aqueles que ousam expor a verdade acabam sendo rotulados como "as pessoas do mal" ou no caso "a imprensa do mal". Será assim, em mais um ano no Legislativo, agora presidido por ele.

No mesmo discurso ele fala que acabou o coronelismo (com a retirada do poder deliberativo dos conselhos). Claro, tira-se o direito da sociedade civil de regrar as coisas e deixa-se somente com os políticos, no caso o "nosso time", que "nós" decidimos o que é melhor para a cidade.

O ataque à imprensa independente

A imprensa independente, que se recusa a aplaudir sem questionar, tornou-se um alvo, uma espécie de calo apertando o pé no sapato do presidente. Diante da possibilidade de ter suas manobras políticas expostas à população, o presidente do Legislativo agora tenta descredibilizar o único meio de comunicação que insiste em revelar suas verdadeiras práticas. E mais: garganteia aos quantros ventos que não irá destinar verba de publicidade pública como forma de represália. Como se a "imprensa do mal" não fosse sobreviver porque não recebe os valores pagos pela Câmara de Vereadores, e que serão destinados somente à "imprensa do bem".

Jornalismo não se vende

Mas, caro presidente, há um detalhe importante que talvez tenha passado despercebido: um jornalismo que nunca se curvou aos interesses de administrações passadas também não o fará agora. A liberdade de imprensa não é moeda de troca, e a verdade não pode ser silenciada por causa do interesse do senhor ou de quem quer que seja. A infeliz tentativa de calar um meio de comunicação só reforça a necessidade de um olhar ainda mais atento sobre os bastidores políticos da cidade que, aliás, serão muito interessantes de ser acompanhados em 2025.

O compromisso do NB Notícias segue inabalável: informar a comunidade sobre o que realmente acontece nos corredores do poder, independentemente de quem se incomode com isso. Não recuaremos diante de intimidações, ameaças veladas ou retaliações políticas. Se há quem acredite que pode governar sem prestar contas à população, está redondamente enganado. Como o senhor presidente gosta de dizer: vamos agir com transparência. A ditadura da mordaça não será instaurada em Bento Gonçalves, por mais que alguns tentem impor o silêncio a qualquer custo. E, se depender da imprensa independente, a transparência prevalecerá. Seguiremos firmes por aqui,  prestes a completar 10 anos de atividades, publicando aquilo que alguns não querem que seja noticiado. "Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade", uma frase sempre atual, principalmente no meio político.