A morte do menino Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto, foi por asfixia mecânica, com a utilização de fios. A informação foi divulgada pelo delegado Joeberth Nunes, responsável pela investigação na manhã desta terça-feira, 26. A revelação foi feita em entrevista à Rádio Guaíba.
"Recebemos o relatório da perícia que indica esganadura, ou seja, o menino foi enforcado por asfixia mecânica. É um elemento novo para investigação", disse Nunes, antes de comentar que será preciso apurar quem está por trás do enforcamento da criança. Dessa forma, segundo o delegado, está descartado que a causa da morte tenha sido a administração do remédio Diazepam.
Apesar de ter recebido o retorno da perícia em relação à causa da morte, o delegado ainda não obteve a resposta do departamento em relação à data do assassinato. "É uma questão que formulamos à perícia, mas ainda não recebemos o parecer. O que sabemos é que o Rafael foi morto por asfixia mecânica", acrescentou.
Nunes relatou ainda que nessa segunda-feira, data da localização do corpo de Rafael, os policiais perceberam a presença de fios ao redor do pescoço do menino. "Talvez possamos conseguir digitais através disso. A perícia está fazendo um trabalho bem detalhado para que possamos avançar na investigação", colocou.
Comportamento da mãe
O delegado da Polícia Civil explicou ainda que o comportamento da mãe do menino Rafael, Alexandra Dogokenski, era monitorado desde o começo da investigação, ainda no período em que o caso era tratado como desaparecimento. "As declarações e entrevistas na mídia feitas pela mãe não condiziam com o estado anímico dela. Além disso, o que foi publicado nas redes sociais também era monitorado pela Polícia Civil", salientou.
Conforme Joeberth Nunes, o corpo de Rafael Winques foi encontrado a cerca de cinco metros da casa onde ele morava com a mãe, o irmão e o padrasto. "A casa abandonada onde o corpo foi encontrado fica nos fundos da residência da família", disse.
Ainda conforme o delegado, a polícia apura se houve participação de outra pessoa no crime. Nunes afirmou que a mãe teria condições físicas de esganar o filho, mas que a hipótese de haver envolvimento de, pelo menos, uma outra pessoa é investigada. "Há fatos, sob sigilo, que estão sendo apurados neste exato momento", informou o delegado.
Semelhanças com o caso Bernardo
A morte de Rafael Winques tem semelhanças com o assassinato do menino Bernardo Boldrini, de Três Passos, morto em 2014. O caso terminou com a condenação de quatro pessoas envolvidas com o crime. "Desde o início percebemos que havia semelhanças e até por isso mobilizamos a delegada que participou do caso na época, a Carolina Bamberg, para que viesse até Planalto ajudar na elucidação do caso", explicou Joeberth Nunes.
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