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Luta por respeito e liberdade de crença no combate à intolerância religiosa
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, destaca a necessidade de combater todas as formas de discriminação contra religiões.
21/01/2025 15h33
Por: Marcelo Dargelio
Religiões de matriz africana são as mais discriminadas no país - Foto: Freepik/Especial

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, destaca a importância da liberdade de crença e a necessidade de combater todas as formas de discriminação contra religiões. Instituída em 2007, a data busca promover a conscientização sobre o respeito às diferentes expressões de fé e chamar a atenção para o preconceito que ainda persiste no Brasil, especialmente contra as religiões de matriz africana.

Por que a data é comemorada em 21 de janeiro?

O dia foi escolhido em memória de Mãe Gilda, uma sacerdotisa do candomblé que sofreu perseguição religiosa e teve sua vida marcada pela intolerância. Em 1999, após uma sequência de ataques de ódio e um episódio de difamação em um jornal, Mãe Gilda sofreu um infarto e faleceu. Sua história tornou-se símbolo da luta contra o preconceito religioso no Brasil.

Religiões como o candomblé e a umbanda estão entre as mais perseguidas no Brasil, reflexo de uma herança histórica de racismo estrutural e preconceito. Originadas das tradições africanas trazidas ao país durante o período escravocrata, essas práticas enfrentam estigmatização desde então. Além disso, o sincretismo religioso e a falta de conhecimento sobre os fundamentos dessas crenças levam à disseminação de estereótipos e preconceitos, muitas vezes alimentados por discursos de ódio, especialmente em ambientes digitais e em comunidades que professam outras religiões.

Segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, as religiões de matriz africana concentram a maior parte das denúncias de intolerância religiosa registradas no Brasil. As queixas incluem depredações de templos, agressões físicas, ofensas verbais e até ameaças de morte. Esse cenário reforça a urgência de medidas efetivas para proteger as comunidades de fé e promover a igualdade de direitos garantida pela Constituição Federal, que assegura a liberdade religiosa a todos os cidadãos.

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O combate à intolerância exige a atuação conjunta de diferentes setores da sociedade. Ações como campanhas educativas, fortalecimento das políticas públicas e a aplicação rigorosa da lei são fundamentais para garantir o respeito às diversas tradições religiosas. Denúncias de intolerância religiosa podem ser feitas pelo Disque 100, um canal gratuito e confidencial, que visa registrar casos de discriminação e encaminhá-los às autoridades competentes.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa nos lembra que a convivência pacífica depende do respeito à diversidade. Todas as expressões de fé têm o direito de existir e de serem vividas plenamente, sem medo de perseguição ou discriminação. A data é um convite para refletir sobre o impacto do preconceito e a importância de construir uma sociedade onde todas as crenças sejam respeitadas.