Cerca de 42 escolas particulares de educação infantil de Bento Gonçalves estão enfrentando sérias dificuldades financeiras devido à falta de repasses da Prefeitura Municipal. Essas instituições, que atendem 1.294 crianças por meio de convênios com o município, aguardam o pagamento de aproximadamente R$ 1.400,00 por criança matriculada, totalizando cerca de R$ 1,8 milhão em dívidas. A justificativa apresentada pela administração municipal é a troca do sistema de informática, que paralisou os pagamentos. O problema, no entanto, não tem prazo para ser resolvido, já que o novo sistema ainda não foi plenamente implantado.

Este não é o primeiro episódio envolvendo a troca de sistema de informática na gestão pública de Bento Gonçalves. Em junho de 2024, uma situação semelhante causou atrasos em pagamentos e travou negócios em diversas áreas da cidade. Agora, o problema se repete, prejudicando diretamente o setor de educação infantil privada.

As escolas particulares, que dependem do repasse para pagar professores, funcionários e manter suas estruturas, relatam dificuldades crescentes. Sem o pagamento, muitas instituições correm o risco de interromper as atividades, deixando centenas de famílias em situação de incerteza.

Falta de organização e impactos financeiros

A dívida acumulada de R$ 1,8 milhão representa mais do que números: reflete o impacto da desorganização da gestão pública em áreas essenciais como a educação. Sem um cronograma definido para a conclusão da troca de sistema, a Prefeitura não oferece perspectivas de solução, gerando indignação entre gestores escolares e pais de alunos.

Além disso, o atraso nos pagamentos é visto como resultado de uma falta de planejamento e gestão eficiente, fatores que agravam a crise em setores estratégicos. Para as escolas, a ausência de repasses compromete diretamente a continuidade dos serviços e coloca em risco o emprego de educadores e demais funcionários.

A educação infantil em Bento Gonçalves é um dos pilares do desenvolvimento local, e o atraso no pagamento às escolas conveniadas ameaça a qualidade desse serviço essencial. Com R$ 1.400,00 por criança sem ser repassado, a situação exige respostas imediatas da administração municipal para evitar danos irreversíveis ao setor.

Gestores escolares e famílias pedem mais transparência e agilidade na resolução do problema, que já expõe falhas estruturais e administrativas na Prefeitura de Bento Gonçalves. Enquanto o sistema de informática não for normalizado, os impactos continuarão a crescer, prejudicando não apenas as instituições de ensino, mas também o futuro das crianças atendidas.