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IGP encontra arsênio no corpo de sogro de acusada de mortes em Torres

Paulo Luiz dos Anjos morreu em 2 de setembro, dois dias após receber a visita da nora, que levou bananas e leite em pó à residência.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio
10/01/2025 às 08h27 Atualizada em 10/01/2025 às 09h41
IGP encontra arsênio no corpo de sogro de acusada de mortes em Torres

O Instituto Geral de Perícias (IGP) encontrou vestígios de arsênio no corpo de Paulo Luiz dos Anjos, de 62 anos, exumado nesta semana em uma investigação que chocou o país. Paulo é mais uma vítima relacionada ao caso do bolo de Natal envenenado, que resultou na morte de três pessoas em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A suspeita de envenenamento recai sobre Deise Moura dos Anjos, nora de Paulo, que está presa.

O caso ganhou repercussão nacional após a revelação feita pelo jornal Zero Hora, antecipando os resultados preliminares da perícia. Embora o laudo oficial ainda não tenha sido divulgado, autoridades confirmaram que os detalhes serão apresentados em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, 10 de dezembro.

Paulo Luiz dos Anjos faleceu em 2 de setembro de 2024, dois dias após consumir banana e leite em pó levados por Deise à sua casa, em Arroio do Sal. Na época, os sintomas – como vômitos, diarreia e sangramentos estomacais – foram tratados como uma possível intoxicação alimentar.

Posteriormente, a relação entre a morte de Paulo e o caso do bolo de reis envenenado começou a ser investigada. O bolo foi preparado por Zeli dos Anjos, mulher de Paulo, para a ceia de Natal. Segundo as investigações, Deise teria colocado o veneno na farinha utilizada na receita. O consumo do bolo resultou na morte de três pessoas, as irmãs e a sobrinha de Zeli, que esteve hospitalizada.

Conflitos familiares e comportamento suspeito

Enquanto a relação entre as três irmãs da família – Zeli, Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos – foi descrita como harmoniosa por testemunhas, a interação entre Zeli e Deise era tensa. Deise foi apontada como "manipuladora" e acusada de afastar o marido de seus pais.

Uma testemunha relatou que Deise teria feito uma ameaça direta a Zeli, dizendo que ela ainda veria "toda a família em um caixão". Esses relatos reforçam a suspeita de que Deise usou arsênio, uma substância tóxica, para envenenar a família.

O caso gerou indignação em todo o Brasil, destacando a complexidade da investigação e o impacto devastador do envenenamento. Especialistas apontam o uso de arsênio como uma prática deliberada e meticulosa, aumentando a gravidade das acusações contra a suspeita.

Próximos passos

Com a confirmação de vestígios de arsênio nas vísceras de Paulo, o caso segue como prioridade para as autoridades. A entrevista coletiva desta sexta-feira deve trazer detalhes do laudo oficial e novos desdobramentos sobre a atuação de Deise Moura dos Anjos.

O caso do bolo envenenado de Torres continua a mobilizar a opinião pública, destacando os impactos de conflitos familiares extremos e o uso de substâncias letais.

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