O sonho de todo atleta da base é se tornar um jogador profissional e atuar em grandes clubes. Porém, alcançar tal patamar é um desafio e tanto, e exige muitos sacrifícios. Nesta caminhada, há dois momentos que o atleta naturalmente guardará em sua memória: a sua estreia no futebol profissional e o primeiro gol. Agora, imagine acontecer as duas coisas em uma única partida. O bento-gonçalvense Gabriel Aires, de 18 anos, atacante do Juventude, e o santa-cruzense Emerson Brito, de 18 anos, atacante do Esportivo, tiveram a experiência de juntar duas importantes ocasiões em uma só.
Gabriel e Emerson, além do volante bento-gonçalvense Nathan Dutra, de 18 anos, estão na primeira temporada como jogadores profissionais. Os atacantes do Juventude e do Esportivo tiveram a oportunidade de estrear no futebol profissional pelo Campeonato Gaúcho de 2020, ambos balançando as redes pela primeira vez logo na estreia, e com muitas consciências. Nathan, por sua vez, ainda aguarda a sua oportunidade de entrar dentro das quatro linhas pela primeira vez em sua carreira.
Gabriel Aires:
O atacante do Juventude iniciou a busca do sonho de ser um jogador de futebol logo aos seis anos de idade, no São Bento Futsal. Aos nove anos, Gabriel fez parte da escolinha do Flamengo de São Valentim e, aos 11, ingressou à base do Esportivo. Em 2013, quando tinha 12 anos, o atleta foi aprovado nas categorias inferiores do Juventude, onde atuou até 2019.
Em 2020, Gabriel foi integrado ao elenco principal da equipe alviverde, da Série B do Campeonato Brasileiro. Aos poucos, o bento-gonçalvense ganhou a confiança do ex-técnico do Juventude, Marquinhos Santos, o qual oportunizou o atacante a realizar a sua primeira partida como atleta profissional.
Na Boca do Lobo, o Pelotas vencia por 1 a 0. Gabriel Aires entrou no segundo tempo para auxiliar a equipe em busca do empate. Aos 34 minutos, em cobrança de falta de João Paulo, Gabriel, de cabeça, desviou e anotou o primeiro gol de sua carreira.
Mesmo com a derrota do Juventude naquela ocasião, o gol foi marcante o jovem atacante que, no momento que balançou as redes, não conteve as lágrimas. “Foi uma sensação única em minha vida. Sempre sonhei por aquele momento. Eu até meio que chorei na comemoração, porque passou um filme na minha cabeça por tudo que já passei e também não estava acreditando muito, porque foi logo na minha estreia como profissional”, relata.
Gabriel ressalta que o treinador Marquinhos e o próprio grupo de atletas foram fundamentais para dar confiança no momento de transição da base para o profissional. “Marquinhos Santos foi uma pessoa muito importante para mim. Desde o momento que subi para o profissional me passou muita confiança e tranquilidade para conseguir fazer as coisas da melhor forma possível. O grupo também me recebeu de braços abertos e me passaram muita confiança para poder dar o meu melhor”, explica
Apesar do momento complicado que vive o Juventude no início desta temporada, devido aos resultados abaixo do esperado, que culminou na saída de Marquinhos, Gabriel comenta que a pressão não o abalou o seu sentimento único em estrear no futebol profissional. “Esse ano está sendo minha primeira temporada como profissional, estou me sentindo muito confiante e muito feliz, porque olho para trás e vejo tudo que já passei e agora eu consegui chegar onde eu sempre sonhei”, ressalta.
Emerson Brito:
Tímido fora de campo e na coletiva de imprensa, mas muito ousado e audaz dentro das quatro linhas. A estreia do atacante Emerson Brito, natural de Santa Cruz do Sul, no futebol profissional não foi espanto, uma vez que se destacou significativamente no único ano que fez parte das categorias de base do Esportivo, sob o comando do técnico Márcio Ebert.
Integrado ao elenco principal para a disputa do Gauchão, Emerson estreou também contra o Pelotas, no Estádio Montanha dos Vinhedos. O técnico Carlos Moraes surpreendeu a todos ao colocar a jovem promessa como titular para o confronto. Como estava provado nos treinamentos, Emerson não decepcionou. Na etapa derradeira, quando o Esportivo vencia por 1 a 0, em cobrança de falta de Rômulo, Emerson desviou de cabeça, encobrindo o goleiro adversário e balançando as redes.
A pandemia não deixou o jovem atacante comemorar no alambrado com o torcedor, uma vez que o jogo foi realizado com portões fechados, mas todos os atletas do elenco o cumprimentaram na comemoração. A euforia de todo o time tornou o gol ainda mais especial para o promissor atleta. “Marcar gol na estreia é importante, me deixou mais confiante e muito feliz. Acho que todo jogador gostaria de marcar um gol em sua estreia. E foi mais especial ainda, porque o resultado do jogo foi muito importante para o futuro do clube”, explica.
E nesta transição da base para o profissional, o técnico da equipe sub-17 e auxiliar técnico do time principal, Márcio Ebert, e o treinador Carlos Moraes foram alguns dos pilares para concretizar o sonho de pisar nos gramados como um atleta profissional. “Foi importante a confiança que o professor Carlos Moraes depositou em mim, me dando total liberdade para trabalhar e no jogo poder fazer o que melhor sei, que é explorar o ‘um contra um’. O trabalho na base me deu condições de entender os trabalhos técnicos e táticos, e ajudou no desenvolvimento físico para chegarmos no profissional, e o professor Márcio foi muito importante nisso”, salienta.
Nathan Dutra:
Após três de nas categorias de base, o volante ganhou uma oportunidade no elenco principal após se destacar na campanha da equipe sub-17 em 2019, também sob o comando do técnico Márcio Ebert. Apesar de não ser aproveitado no Gauchão, o jovem atleta buscou até o momento adquirir experiência. “Mesmo não sendo muito aproveitado, aprendi muitas coisas com o grupo. Eles me ajudaram muito, sempre me ensinando a fazer o certo dentro de campo, me apoiando diariamente, isso foi muito importante para mim”, comenta.
Para Nathan, o trabalho neste período na base foi fundamental para a sua evolução e, consequentemente, à sua promoção ao futebol. “O treinador Márcio, o preparador Emerson e o auxiliar Vini, que estiveram no meu último ano na base, me ajudaram muito para que eu pudesse chegar ao profissional, sempre me apoiando diariamente, me ensinando a me posicionar dentro de campo, e até me dando dicas fora do campo. O professor Acácio, que hoje não está mais presente no clube, foi quem me acolheu quando cheguei, foi outra pessoa muito importante para chegar até onde estou no momento”, ressalta Nathan
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