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Anvisa emite nota alertando sobre uso de produtos para desifecção de pessoas

Agência nacional informou que não há nenhuma garantia de que o uso de câmaras, cabines ou túneis com ozonio e outros produtos não têm evidência científica de eficácia em seres humanos.

12/05/2020 às 22h18 Atualizada em 26/05/2020 às 00h46
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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A Anvisa publicou a Nota Técnica 38/2020, com informações sobre estruturas (câmaras, cabines ou túneis) para desinfecção de pessoas. De acordo com o material, a Agência não encontrou evidências científicas, até o momento, de que o uso dessas estruturas seja eficaz no combate ao novo coronavírus. Além disso, a agência faz um alerta sobre os riscos do uso de qualquer tipo de produto desifectante em seres humanos.

Segundo a nota da Anvisa, o uso dessas estruturas pode produzir importantes efeitos adversos à saúde, já que os produtos químicos supostamente utilizados nesses procedimentos, com exceção do ozônio, foram aprovados pela Anvisa para desinfecção exclusiva de superfícies, não de seres humanos. Dentre os possíveis efeitos adversos estão: reações alérgicas, irritação na pele, no nariz, na garganta e no trato respiratório, bronquite, entre outros.

Outro ponto destacado pela Agência é que tecnicamente a duração do procedimento, entre 20 e 30 segundos, não seria suficiente para garantir o processo de desinfecção. A Anvisa reforça ainda que esse procedimento não inativa o vírus dentro do corpo humano. "Quanto à finalidade da ulização dessas estruturas para desinfecção, não encontramos fundamentação cienfica que a sustente. De acordo com a publicidade veiculada no Brasil, tal estrutura supostamente colabora para que as pessoas fiquem protegidas de contaminação e proliferação do vírus mediante descontaminação do corpo e roupas. Um problema adicional é que a utilização dessas estruturas pode dar às pessoas uma falsa sensação de segurança e, desse modo, levar ao relaxamento das prácas de distanciamento social, de lavagem das mãos frequente com água e sabonete, de desinfecção de supercies e outras medidas de prevenção”, reitera a nota.

Alguns dos efeitos adversos à saúde dos produtos químicos utilizados, segundo a Anvisa:

Hipoclorito de sódio: é um produto corrosivo, podendo causar lesões severas dérmicas e oculares, além de produzir irritação nas vias respiratórias. Não deve ser misturado com outros produtos, pois o hipoclorito de sódio reage violentamente com muitas substâncias químicas e pode potencializar os efeitos adversos.

Peróxido de hidrogênio: a inalação aguda pode causar irritação no nariz, garganta e trato respiratório. Em altas concentrações do produto, pode ocorrer bronquite ou edema pulmonar.

Quaternários de amônio: pode causar irritação de pele e das vias respiratórias e sensibilização dérmica, mas não é corrosivo. As pessoas que se expõem constantemente aos produtos podem desenvolver reações alérgicas.

Ozônio: a exposição leve a moderada ao gás ozônio produz sintomas do trato respiratório superior e irritação ocular (por exemplo, lacrimação, queimação dos olhos e garganta, tosse improdutiva, dor de cabeça, dor subesternal, irritação brônquica, gosto e cheiro acre). Exposições mais importantes, como as observadas em ambientes industriais, podem causar desconforto respiratório significativo com dispneia, cianose, edema pulmonar e hipotensão, podendo levar a óbito. O ozônio pode exacerbar o comprometimento das pequenas vias aéreas de adultos fumantes. O ozônio é um gás comburente que pode acelerar fortemente a ignição e aumentar os riscos de incêndio. 

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