Agora que a Honda já completou um mês de novo Civic nas lojas e as versões EX, EXL e Touring estão bem encaminhadas, chegou a vez da marca se concentrar na Sport, a mais em conta da linha (a partir de R$ 87.900) e a única que pode receber câmbio manual de seis marchas. Para quem realmente curte dirigir e não se incomoda em ficar trocando de marcha no dia a dia, vai ficar animado.
Já começa pela posição mais alta da alavanca no console central. Fica bem ao alcance da mão direita, o que facilita bastante numa tocada mais rápida. A caixa é feita pela própria Honda e veio da geração anterior do Civic, mas as relações de marcha foram alteradas. Pelo o que pudemos notar, estão bem escalonadas, com a sexta servindo de sobremarcha, apenas para economizar combustível. A máxima é atingida em quinta. De qualquer forma, os engates da caixa do Honda Civic são sempre precisos e curtos e a resposta ao pisar no acelerador vai animar mais o seu dia na comparação com o comportamento mais pacato das versões CVT.
É engatar a primeira, acelerar e assumir totalmente o comando, sem ficar sujeito ao ajuste mais voltado à eficiência da caixa CVT, que procura manter sempre o giro do motor em um patamar mais baixo em busca de menor consumo. Com a caixa manual, a boa notícia é que o carro continua mantendo o bom isolamento acústico e o conforto das demais versões, mesmo se você decidir esticar mais o giro do motor entre as trocas, com certo ganho de agilidade no dia a dia. Pisando mais forte no pedal da direita o ponteiro do contagiros vai ganhando altitude, mas o ronco do motor não invade a cabine, mesmo se ficar próximo do regime de potência maxima (6.300 rpm).
Mesmo sem nenhum outro novo ajuste, seja de suspensão, direção ou freios, o Civic Sport, com motor 2.0 flex de 155 cv, se sai bem em trechos sinuosos, como os que conseguimos percorrer durante o teste drive, embora ainda esteja um pouco longe do que se poderia considerar um legítimo esportivo, como deve ser a versão Si, com motor 1.5 turbo, de 174 cv e câmbio manual, que ainda vai ser mostrada no Salão de Los Angeles (EUA), no fim do mês. Vai ser vendido no Brasil? Isso vai ser analisado, de acordo com o que disse a fabricante, mas existe a possibilidade, considerando o sucesso que fizeram as gerações anteriores do Si no País.
Bom de dirigir, o Civic Sport, entretanto, é um pouco mais simples que as demais versões. As diferenças começam com os bancos revestidos de tecido no lugar do couro. Mas o padrão é de qualidade. Além disso, o quadro de instrumentos não tem tela digital de TFT e o sistema multimídia tem tela menor e conta apenas com Bluetooth e entrada USB, que fica meio escondida na parte de baixo do console. Por dentro, o pacote mais modesto do Sport continua com o volante sem o mesmo comando do volume do som, sensível ao toque, substituído por um botão convencional.
Embora venha bem equipado, faltaram alguns itens que não deveriam faltar como: luzes de cortesia nos espelhos das viseiras e um retrovisor interno eletrocrômico no lugar do singelo dia/noite, igual a de qualquer modelo popular, bem mais em conta. Por fora, o visual inclui alguns itens exclusivos, como as rodas escurecidas, de aro 17, montadas em pneus 215/50R 17 (Bridgestone) e a grade frontal pintada de preto brilhante. Contudo, o carro deixa de ter os repetidores de direção nos retrovisores.
Na hora de estacionar, ponto para a câmera de ré, que conta com três ângulos de visão para facilitar as manobras. E se a ideia for rodar economizando combustível basta acionar a função Econ, que torna a abertura da borboleta de aceleração mais suave, mesmo se você pisar mais forte bo acelerador. Também evita o acionamento do condensador do ar-condicionado, tudo para poupar alguns trocados. De acordo com os números do Inmetro, o Civic Sport com câmbio manual faz 7,1 km/l na cidade e 9,3 km/l na estrada com apenas etanol no tanque, números que passam para 10,2 km/l e 13,4 km/l, respectivamente, com gasolina.
O Civic Sport é a versão de entrada da linha, que representa 24% do mix total de produção do modelo. Desse total, apenas entre 1% e 5% correspondem ao modelo com câmbio manual de seis marchas. Isso para atender a um público específico, que quer assumir totalmente o controle do carro, que gosta de dirigir. Mais detalhes sobre essa versão mais simples e divertida do Civic daremos numa avaliação mais detalhada do carro quando pudermos usá-lo no dia a dia. Por enquanto, o saldo é positivo.
Preço: a partir de R$ 87.900
Motor: 2.0, quatro cilindros, flex,
Potência: 155 cv (E) e 150 cv (G) 6.300 rpm
Torque: 19,5, kgfm (E) e 19,3 kgfm (G) a 4.800 rpm
Transmissão: Manual, seis marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) / multibraço(traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 215/50 R17
Dimensões: 4,63 m (comprimento) / 1,79 m (largura) / 1,43 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)
Tanque : 56 litros
Consumo: 10,2 km/l (cidade) /13,4 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 10,9 segundos
Vel. Max: 190 km/h
Mín. 14° Máx. 25°