Geral Planejamento
Mercado de trabalho do Rio Grande do Sul mostra recuperação após enchentes
Os principais indicadores do mercado de trabalho, no terceiro trimestre de 2024, demonstram a recuperação da economia gaúcha.
17/12/2024 12h45 Atualizada há 5 dias
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom RS
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Os principais indicadores do mercado de trabalho, no terceiro trimestre de 2024, demonstram a recuperação da economia do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio. O número de pessoas ocupadas registrou variação positiva de 2,1% em relação ao trimestre anterior, valor referente a 122 mil vínculos de trabalho.

Na comparação com o ano passado, o Estado também apresentou variação positiva no número absoluto de ocupados, com aumento percentual de 2,4%. Santa Catarina (4,3%), Paraná (2,4%) e São Paulo (2,3%) acompanharam o bom desempenho, assim como o percentual nacional (3,2%).

A taxa de desocupação (TD) no terceiro trimestre de 2024, em relação ao trimestre anterior, registrou retração de 5,9% para 5,1% no Estado. Considerando-se apenas os terceiros trimestres do ano, este é o menor nível da taxa de desocupação desde 2015 na série temporal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Na mesma referência comparativa, no terceiro trimestre a taxa de desocupação apresentou queda em SC, de 3,8% para 2,8%, e no País, de 6,9% para 6,4%. Paraná e São Paulo mantiveram-se estáveis, com 4% e 6%, respectivamente.

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Os dados são apresentados no Boletim de Trabalho, divulgado nesta terça-feira (17/12). A publicação trimestral do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), contempla os desempenhos do mercado de trabalho e do emprego formal no Rio Grande do Sul.

A autoria é dos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, a partir de informações da PNAD Contínua e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) – base estatística produzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“Após um momento adverso no mercado de trabalho gaúcho, em razão dos eventos meteorológicos extremos do segundo trimestre de 2024, em outubro o estoque de postos formais já superava, por pequena diferença, o patamar de abril, anterior ao desastre. Importante lembrar que, em maio e junho, o Rio Grande do Sul perdeu 30 mil empregos formais. A redução sofrida só encontra paralelo, em magnitude, nos dois primeiros meses de eclosão da Covid-19, em 2020”, explicou Sobrinho, referindo-se aos dados apresentados na série histórica do Novo Caged.

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Mercado formal

A análise dos dados acumulados dos últimos 12 meses, entre outubro de 2023 e outubro de 2024, evidencia acréscimo de 2,2% no estoque de empregos formais, com o total de 61,7 mil novos postos de trabalho. Ainda que positivo, o resultado mantém o Rio Grande do Sul na última posição entre as Unidades da Federação quanto ao percentual de aumento de empregos formais. O topo do ranking é ocupado pelo Amapá, que, no mesmo período, apresentou variação de 10,6%.

Os setores que mais contribuíram para a expansão do emprego formal no RS foram Serviços, com percentual de 63,3%, e Comércio, com 19,1%. Construção respondeu com 12,2%, resultado considerado expressivo para o setor, uma vez que detém apenas 5% do emprego formal gaúcho. Já a Indústria contribuiu com 5,8% dos empregos adicionais e a Agropecuária, o menor setor no mercado formal, foi o único a enfrentar uma retração próxima à estabilidade.

A análise dos diferentes grupos populacionais aponta que as mulheres ficaram com 59,1% dos empregos gerados no RS nos últimos 12 meses, o equivalente a 36,5 mil postos de trabalho. A vantagem em relação aos homens se verificou em todos os cinco principais grupamentos setoriais, com exceção da Construção.

Regiões funcionais

Para fins de planejamento, o Rio Grande do Sul é dividido em nove Regiões Funcionais e todas elas apresentaram variações positivas de estoques de emprego formal entre outubro de 2023 e outubro de 2024. Os valores foram heterogêneos, distribuindo-se entre o mínimo de 0,4%, na RF 7 (Noroeste), e o máximo de 4,3%, na RF 9 (Norte). Passo Fundo e Erechim responderam, juntos, por 6,5 mil empregos dos 11,1 mil adicionados pela RF 9 no período.

Mercado informal

A comparação entre o terceiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023 mostra que o número absoluto de ocupados informais subiu 7% no Estado, valor superior ao do país, de 2,4%. O percentual do RS representa mais 128 mil pessoas no mercado informal.

O recorte por sexo, na comparação do terceiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, mostra que a ocupação informal cresceu mais entre os homens, com acréscimo de 81 mil pessoas, do que entre as mulheres, com 47 mil.

Em relação à segmentação por idade, a ocupação informal no terceiro trimestre de 2024, em termos interanuais, cresceu mais entre os jovens de 14 a 29 anos (9,4%, mais 42 mil pessoas), e entre os idosos de 60 anos ou mais (11,4%, mais 33 mil pessoas).

A análise do DEE aponta, ainda, que a ocupação informal foi superior, no terceiro trimestre, entre os negros em comparação aos brancos: 10% contra 5,9%.

“O trabalho informal teve uma elevação expressiva no Rio Grande do Sul em bases interanuais, superior à do país, enquanto nos demais estados da Região Sul e em São Paulo permaneceu estável”, esclareceu Bastos. “A ocupação informal, uma medida de desproteção social do trabalho, se elevou com maior intensidade, no terceiro trimestre de 2024, entre os homens, os jovens, os idosos, os negros e entre as pessoas com níveis de instrução médio e superior completo”, resumiu.

Texto: Karine Paixão/Ascom SPGG
Edição: Secom