Começaram as prisões no caso de um possível golpe de estado tramado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e que é investigado pela Polícia Federal. O ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general da reserva Walter Souza Braga Netto, foi preso nas primeiras horas da manhã deste sábado, 14 de dezembro, no Rio de Janeiro. Ele será levado para uma prisão no Comando Militar do Leste, onde ficará à disposição da justiça.
De acordo com uma nota emitida pela Polícia Federal, Braga Netto foi preso por obstrução da Justiça em mandado que foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu no contexto de uma operação que investiga suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin após as eleições de 2022. Além do mandado de prisão, a operação cumpre dois mandados de busca e apreensão, além de uma medida cautelar diversa da prisão, contra indivíduos acusados de dificultar a produção de provas durante a instrução processual penal, informou a PF em nota. Os mandados estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro e em Brasília.
Até o momento, dois aparelhos de celular foram apreendidos na residência de Braga Netto. O militar nega as acusações e tem afirmado que "nunca se tratou de golpe e muito menos de plano de assassinar alguém" e que "sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais". O coronel Flávio Peregrino, assessor e homem de confiança de Braga Netto, também foi alvo da operação da Polícia Federal realizada hoje. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão em sua residência, além de proibir o militar de manter contato com outros investigados.