Sempre haverá motivo para saírmos as caças de algo, se não houver, criamos. Desde a idade média, seja por qualquer motivo ou por motivo algum a sociedade se volta contra algo, colocando nesse algo a culpa de seus males, nesse ímpeto de sanitizar um organismo doentio se travam batalhas muitas vezes desnecessárias que causam efeitos colaterais irreparáveis.
Aí podemos citar casos como inquisição Espanhola que tinha o objetivo de perseguir grupos religiosos; Perseguição aos judeus durante o nazismo os quais receberam a culpa por problemas econômicos e sociais; Perseguição ao comunismo nos EUA durante a Guerra Fria onde artistas, intelectuais e trabalhadores foram perseguidos e presos sem evidências sólidas; Pânico Satânico nos EUA nas décadas de 80/90 que resultou numa onda de acusações contra indivíduos suspeitos de envolvimento em cultos satânicos; Perseguição a minorias na União Soviética e na China contra políticos, intelectuais e cidadãos comuns, os quais eram tratados como traidores ou inimigos do povo. Ao longo do século XX houve a Estigmatização de comunidades LGBTQIA+ que foram perseguidas, criminalizadas e consideradas uma ameaça à ordem social.
No Brasil, perseguição aos "hereges" durante o Brasil Colonial. O Tribunal do Santo Ofício da Inquisição perseguiu e condenou pessoas com base em denúncias e confissões obtidas sob tortura, acusadas de terem práticas ou crenças contrárias aos dogmas ditados pela Igreja Católica; Repressão aos movimentos de trabalhadores na Era Vargas que eram perseguidos sob a acusação de ameaçarem a ordem social e política; Repressão durante o regime militar, onde suspeitos de subversão eram perseguidos sem provas concretas.
E, atualmente, vemos com frequência o pânico moral nas redes sociais, uma “caças às bruxas na era digitais”, em que pessoas são rapidamente julgadas e canceladas por comportamentos ou declarações, muitas vezes sem uma investigação adequada. Houve e ainda há diversas situações de perseguições, julgamentos arbitrários e punições baseadas em preconceitos, histeria coletiva ou medo que nem sabemos do quê ou porquê, mas sempre com algum propósito.
Em algum lugar distante, não muito talvez, poderá iniciar uma nova caçada. Quais serão as presas dessa vez? Vai depender muito do caçador.
Olha para o lado, o que te incomoda? Esse é o alvo? Somos uma sociedade de consumo, para consumir é preciso produzir. Quem produz?
Tu não produz?!?!?!? Tu não está inserido na sociedade?!?!? Do que tu vive?!? Da boa vontade alheia?!?!? Será que podemos te aceitar nessa sociedade? Óh!!! O que podemos fazer?
Encontrar os improdutivos desocupados, impedir que obtenha ajuda, forçá-los a se inserir no SISTEMA! Mas… Que sistema?
A solução é descobrir, proibir, excluir… Será mesmo é maquiar, esconder ao invés de buscar métodos que realmente solucionem o problema?
Dizem por aí que previvir é melhor que remediar, mas como iremos “valorizar” o remédio se não temos o mal a ser combatido. Infelizmente a mal dá mais visibilidade e quem ataca seus sintomas são vistos como heróis. Heróis de uma sociedade doente. Pouco ouvimos falar daqueles que evitam o incêndio, ao passo que vangloriamos os que deixam a fogueira acessa para depois pousarem de salvadores com uma gota d’água. Não irá jamais apagar o incêndio, mas ficará bem na foto.