As ondulações na nova ponte entre Cotiporã e Bento Gonçalves assustaram moradores da região e também pessoas foram até o local para ver como estava a finalização da obra. Muitos questionamentos surgiram de que a construção não suportaria a passagem de veículos pesados. Porém, os técnicos do Projeto Pontes do Sul, responsável pela execução, e liderado pelas empresas JB Engenharia e Alsus Infra, garantem que não há nenhum risco com a estrutura e tudo está dentro do normal, seguindo todas as exigências técnicas.
De acordo com o engenheiro responsável pela obra, Jéferson Dal Bello, o movimento observado está dentro das normas, sem apresentar risco estrutural. O maior movimento da estrutura ocorre durante o lançamento do concreto (realizado no domingo, 1º de dezembro), podendo variar dependendo das condições mecânicas do aço e dos apoios. As seções de aço soldadas podem apresentar pequenas variações no alongamento, o que pode influenciar no movimento. Ele explica que durante o processo de cura do concreto, ele perde água e sofre retração. Como resultado, o movimento observado durante o lançamento diminui, estabilizando-se em uma variação menor. O engenheiro destaca ainda que a estrutura continuará em movimento até a cura total do concreto, que pode variar de 14 a 21 dias, que é quando a estrutura se torna solidária (aço e concreto), consolidando-se e entrando na fase permanente de sua construção.
Dal Bello destacou também que a capacidade de peso suportada pela nova ponte é de 45 toneladas. Ele lembra que o projeto foi aprovado pela Defesa Civil e pelo Município de Cotiporã, sendo devidamente fiscalizado e monitorado por ambos os órgãos. "A estrutura da ponte é uma viga mista biapoiada, em que as longarinas principais trabalham no esforço de tração, enquanto o tabuleiro de concreto armado opera na compressão", explicou.
Quanto aos perfis de borda, onde é observada variação, sua função é exclusivamente de forma para a laje em balanço lateral, não possuindo qualquer função estrutural. As deformações observadas nesses perfis não afetam a resistência da ponte, pois, nesta área, a principal carga estrutural é assumida pelo concreto armado. As travas fixadas nas laterais das vigas e dos pilares foram colocadas para conter o movimento lateral numa possível cheia do rio durante o processo construtivo, antes da concretagem. Agora, após concluída essa etapa , essas chapas continuarão funcionando como travas de deslocamento. Cada trava conta com, no mínimo, 3 barras de aço com 28 mm de diâmetro fixadas com chumbador químico especial para essas condições. Ao total, cada seção de ponte conta com 18 barras de aço no travamento do deslocamento lateral.
A nova ponte entre Cotiporã e Bento Gonçalves tem investimento de R$ 5,5 milhões e a previsão inicial era de que ela seja entregue à comunidade no dia 20 de dezembro.