A pandemia do coronavírus vem trazendo transtornos e sérios problemas para a população e também a empresas de vários setores em Bento Gonçalves. Uma delas é o do transporte público. Ônibus lotados de passageiros circulam pelas ruas da Capital do Vinho, gerando reclamação de usuários do serviço, apreensão entre trabalhadores das empresas e preocupação dos dirigentes da Transportes Santo Antônio e Bento Transportes, que estão atuando no limite.
Ao longo de toda a semana passada, diariamente a reportagem do NB tem recebido denúncias e reclamações dos usuários do transporte coletivo de Bento Gonçalves. Além da falta de máscaras por parte de alguns passageiros, a lotação dos veículos é outra reclamação constante, principalmente nos horários de pico. As pessoas alertam que há pouquíssimos ônibus sendo utilizados para transportar um grande número de pessoas, mesmo que o decreto municipal determine que só sejam transportados passageiros sentados. "É um descaso com a nossa saúde, com a saúde dos motoristas dos ônibus. Além disso, falta fiscalização da prefeitura que, depois do último decreto, abandonou os cuidados nas ruas", destacou uma usuária do transporte público que pediu para não ser identificada.
Empresas estão trabalhando no limite e demissões podem acontecer
Por outro lado, os dirigentes das empresas Bento e Santo Antônio afirmam que estão trabalhando dentro do limite da capacidade, pois a redução no número de passageiros foi drástica e a receita está comprometida. As duas responsáveis pelo transporte coletivo na cidade não demitiram seus funcionários em abril. Alguns receberam férias e outros tiveram o contrato de trabalho suspenso, recebendo parte dos salários por meio do Governo Federal.
Mesmo assim, os diretores das duas empresas revelam que, se a situação não for normalizada no mês de maio, com a volta às aulas e a retomada das atividades econômicas em todos os setores, as demissões começarão a acontecer. Segundo os dirigentes, a situação poderá ficar ainda mais crítica, já que não foi destinado um apoio específico pelo governo para as empresas que prestam serviços essenciais.
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