Os moradores da localidade de Linha Alcântara, no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, estão há mais de seis meses sem abastecimento regular de água pela Corsan. Desde os deslizamentos de terra ocorridos em 1º de maio, que comprometeram a infraestrutura local, a comunidade enfrenta a escassez de água, sem uma solução definitiva por parte da companhia responsável.
Desde junho, a Corsan vem informando que o problema será solucionado em breve, mas a cada semana uma nova justificativa é apresentada, deixando os moradores frustrados e sem respostas claras. A desculpa mais recente, emitida de forma oficial pela Corsan, é de que a finalização dos reparos estava prevista para acontecer na sexta-feira, 22 de novembro, mas foi adiada devido ao redirecionamento das equipes para o conserto de uma tubulação de grande porte na Rua Henry Hugo Dreher, na área urbana de Bento Gonçalves. O serviço na Linha Alcântara foi novamente postergado, desta vez para a próxima semana.
Os moradores da Linha Alcântara afirmam que estão cansados das promessas não cumpridas e da falta de água, que impacta diretamente suas rotinas e atividades, principalmente as ligadas à agricultura. Eles relatam que dependem de recursos próprios, como água de poço, para garantir o abastecimento mínimo de suas casas e propriedades. "Desde o dia do deslizamento estamos ouvindo desculpas. Primeiro, foi o tempo, depois a falta de equipe, e agora estão priorizando outros serviços. Parece que esquecem que nós também somos parte da cidade e temos direitos", desabafou uma moradora que prefere não se identificar.
Em nota, a Corsan informou que o problema está no cronograma de execução de serviços da companhia, mas não deu um prazo definitivo para a solução. A empresa também ressaltou que a população deve utilizar seus canais de atendimento para registrar solicitações e pedidos de informação, argumentando que isso "agiliza a tomada de providências". Apesar disso, os moradores afirmam que já utilizaram todos os meios de comunicação disponíveis, sem que houvesse avanços significativos.
A falta de água há mais de seis meses vem causando transtornos profundos aos moradores da Linha Alcântara. A localidade, predominantemente rural, depende de água não apenas para consumo doméstico, mas também para a irrigação de plantações e cuidado com os animais. "É muito difícil viver assim. Estamos gastando do nosso bolso para garantir o básico, enquanto a Corsan empurra o problema com a barriga. Não temos mais paciência", declarou outro morador.