A geração de empregos continua em alta em Bento Gonçalves. Pelo terceiro mês consecutivo, após os efeitos do desastre climático de maio, o município apresenta alta nos índices compilados pelo Observatório Econômico, do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), considerando os dados do Novo Caged de setembro de 2024.

O destaque na recuperação fica por conta do setor de Serviços, um dos mais prejudicados pelas cheias. Em setembro, o setor apresentou saldo positivo de 86 postos de trabalho em Bento Gonçalves. Acima dos 62 da Indústria, que lidera e é o principal responsável pelo lugar de destaque de Bento entre os municípios gaúchos no acumulado de empregos do ano. Com saldo total de 153 empregos formais em setembro, o mês também foi o de maior geração de MEIs em Bento Gonçalves em 2024. São 111 novos microempreendimentos individuais. O município tem 12.880 MEIs registrados, sendo 472 criados nos primeiros nove meses deste ano.

Entre janeiro e setembro, Bento Gonçalves tem um saldo acumulado de 1.595 empregos (1.199 na Indústria). É o oitavo município com maior geração de empregos no período. Quando considerada somente a Indústria, o município tem o terceiro melhor desempenho do Estado. No comparativo com o mesmo período de 2023, há alta de 59%. No paralelo com o país, a variação positiva é de 24%, e no Rio Grande do Sul, após o impacto verificado entre maio e julho, há alta de 22% no acumulado em relação aos primeiros nove meses do ano passado. Desde dezembro do último ano, a economia de Bento Gonçalves teve um aumento de 3,3% nos postos de trabalho.

A tendência, de acordo com o responsável pelo Oecon, Fabiano Larentis, integrante do programa de Pós-Graduação da UCS, é de alta. "O município retomou, após julho, o volume acima de 50 mil empregados,e a tendência é de manutenção do crescimento, devendo chegar aos 50,2 mil empregos formais no próximo mês", aponta.

Em setembro, o município tinha 50.194 empregos formais. O maior volume desde o início da série, em dezembro de 2019. A alta na geração de empregos de setembro no setor de Serviços é o indicativo principal desta tendência de alta. Deve-se, principalmente à atenção aos serviços de saúde (30), alojamento (16), que vinha em baixa desde maio, e ainda acumula saldo negativo de -140 vagas no ano, e transportes terrestres (14). No acumulado do ano, os Serviços (-72,5%) e o Comércio (-84,6%) ainda buscam recuperação.

Por outro lado, o setor de Construção acumula, em comparação com os primeiros nove meses de 2023, variação positiva de 1.669,2% de postos de trabalho em 2024. Somente nos serviços especializados em construção, houve acúmulo de 120 vagas entre janeiro e setembro. Histórico semelhante de alta apresenta a Indústria, com variação de 329,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A indústria moveleira responde por um saldo de 527 vagas entre janeiro e setembro e, neste último mês de análise, a indústria de produtos de metal teve saldo positivo de 27 vagas, com 114 no acumulado do ano.