Como você deve saber, a Páscoa é uma celebração cristã que comemora a ressurreição de Jesus. No entanto, durante as festividades existe um personagem que aparece por todos os lados, sendo o responsável por entregar ovos de chocolate para as criancinhas bem-comportadas. Você já sabe de quem estamos falando, não é mesmo?
Mas, afinal, o que o coelhinho tem a ver com a Páscoa, se nem ovos esses animais botam? Bem, na verdade, o surgimento desse simpático personagem tem relação com o paganismo. No Hemisfério Norte, a primavera chega em março e é conhecida como a estação do renascimento e da renovação após o longo e gélido inverno. Assim, é durante esse período que as plantas voltam a florescer, e os animais começam a procriar.
Origens pagãs
No passado, muitas culturas pagãs organizavam inúmeras festividades durante a primavera, justamente para celebrar esse renascimento e promover a fartura. Pois um desses festejos era dedicado à deusa da fertilidade “Eastre” — ou “Eostre”, nome que provavelmente deu origem à palavra Easter, que, por sua vez, significa Páscoa em inglês.
Bem, essa divindade guardava uma forte relação com dois símbolos utilizados pelos antigos europeus para representar a fertilidade: a lebre e o ovo. Assim, mais tarde, quando o cristianismo começou a se espalhar pela Europa, para tornar a conversão menos traumática, algumas tradições pagãs acabaram sendo incorporadas, e uma delas foi a celebração relacionada com Eostre.
Além disso, como a ressurreição de Cristo e a festividade da deusa da fertilidade aconteciam em datas muito próximas, com o tempo, as duas celebrações se tornaram uma só, e os símbolos presentes nas duas passaram a ser compartilhados. Os pagãos, evidentemente, incorporaram os ovos e a lebre que mais tarde acabou virando um coelhinho à nova religião, e os cristãos assimilaram essa simbologia.
“Coelhinho da Páscoa, o que trazes pra mim?”
O primeiro coelho da Páscoa da História de que se tem notícia data do século 16, e o primeiro conto sobre um desses animais trazendo ovinhos e os escondendo em um jardim surgiu em 1680. As lendas sobre os coelhinhos começaram a chegar às Américas por volta do século 18, quando os imigrantes europeus iniciaram a colonização dos Estados Unidos.
Logo depois, surgiu o costume de criar pequenos ninhos para que os coelhos pusessem os ovinhos, e, eventualmente, os ninhos se transformaram em grandes cestas, e os ovos coloridos foram sendo substituídos por doces, chocolates e pequenos presentes!
Curiosidades:
Na Suíça, em vez de coelhinho da Páscoa, quem entrega os chocolates às crianças é um cuco, como aqueles dos relógios;
Na Austrália, assim como na Suíça, quem alegra a vida da criançada não é o coelho, mas sim um pequeno marsupial chamado Bilby. Por lá, os coelhos — que não são uma espécie nativa do país — não são muito queridos;
Mais um país onde o coelhinho não entrega ovos de Páscoa é na Suécia. Os responsáveis pelas entregas pascais no país nórdico são os galos;
Para as crianças tchecas, quem leva os agradinhos de Páscoa é uma cotovia;
Já a molecada alemã tem uma variedade de opções: além do coelhinho, há uma raposa, uma cegonha e um galo da Páscoa.
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