O presidente do Clube Esportivo, Laudir Piccoli, confirmou que os jogadores e os membros da comissão técnica alviazul terão os seus contratos renovados, com a esperança de que o Campeonato Gaúcho seja retomado. A competição estadual foi suspensa por tempo indeterminado devido à pandemia do novo coronavírus e não deverá voltar antes do dia 15 de abril, quando ocorre mais uma reunião entre a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e os presidentes dos 12 clubes da elite do futebol gaúcho.
Os profissionais possuem contrato até o próximo domingo, dia 5 de abril. Segundo o presidente, através de uma renegociação interna, os vínculos serão renovados. “Temos um grupo seleto de jogadores, diretoria, comissão técnica, funcionários, são todas pessoas que querem ir para frente, então estamos trabalhando internamente em uma renegociação para fazer um contrato novo, ainda nada formalizado, mas já está previamente acordado”, afirma Piccoli, que não quis dar maiores detalhes sobre como será os novos contratos.
De acordo com o presidente do Esportivo, a ação levou em conta a possibilidade de que o Campeonato Gaúcho possa ser retomado em breve. “Os jogadores têm os contratos até cinco de abril, que é domingo agora, e o clube teria que renovar com eles ou dispensar. Se o Campeonato Gaúcho voltar, e como são eles os inscritos no BID da CBF, vai ocorrer o que se os dispensarmos? Não vamos ter time para jogar se voltar o Gauchão”, ressalta.
Como o Esportivo não possui calendário para o segundo semestre de 2020, as dificuldades financeiras provocadas pela paralisação podem ser consideráveis, sobretudo caso os detentores dos direitos de transmissão e os patrocinadores não repassarem os valores dos meses que não houve futebol. “Estamos com um esforço absurdo na questão financeira. Como a gente não teve a renda do jogo do Inter, que esperávamos ter uma renda de 200 a 250 mil reais, deu um baque grande financeiramente. Mas a FGF está trabalhando juntamente com a CBF e acredito que eles vão continuar ajudando os clubes como sempre ajudaram”, explica Piccoli.
Quando perguntado se, com a despesa extra devido às renovações de contrato, o Esportivo ficará dependente do retorno do Gauchão, Piccoli foi enfático: “O cenário é mais trágico do que se imagina. É preciso acabar o Campeonato Gaúcho dentro de campo para honrar com o que já foi gasto. A RBS ou o patrocinador vai pagar a parcela do campeonato de transmissão do mês de março, por exemplo?”, salienta o presidente.
Com vasto histórico no ramo empresarial e dono de empresa, o presidente do Clube Esportivo afirma estar sentindo na pele as dificuldades provocadas pela pandemia do novo coronavírus. Para ele, a opção por renovar os contratos também se baseia, sobretudo, na manutenção de empregos. “Eu pago a folha salarial da minha empresa só até esse mês de março. Se eu não faturar no mês de abril não vou pagar. Quero ver se o governo terá condições de pagar os meus funcionários. Não vai ter como e vou ter que demitir. Vai ocorrer que nem os jogadores do Esportivo, nós os liberamos e eles vão jogar aonde? Eles vão sustentar as famílias como? Mas esse período é temporário, mas por quanto tempo? Ninguém sabe”, comenta.
O Esportivo ocupa a 3ª posição no grupo B da Taça Francisco Noveletto com 6 pontos, e ocupa a 4ª colocação na classificação geral do Gauchão com 14 pontos,. O clube está à frente na briga pela segunda vaga à Série D do Campeonato Brasileiro de 2021 e segue vivo na luta pelo título do interior e por vaga na Copa do Brasil do ano que vem.
Mín. 17° Máx. 27°