Economia Negócios
Estudo diz que 95% das empresas pagam impostos a mais
Especialista pontua que a complexidade tributária do Brasil é uma das explicações para as empresas pagarem mais do que deveriam e destaca a importâ...
23/10/2024 14h20
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino

No Brasil, 95% das empresas pagaram mais impostos do que deveriam em 2022, revela um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e repercutido pelo portal de notícias O Estado CE. 

Um dos motivos para isso ter acontecido, segundo a análise, está ligado à complexidade tributária do país, com milhares de normas em vigor. Wallisson Deziderio, CEO da Billion Contabilidade e contador de formação, afirma que a porcentagem é um reflexo do que se vê no dia a dia das empresas.

“A complexidade tributária faz com que tenhamos várias interpretações diferentes sobre o mesmo imposto. O fato de ter muitas contabilidades bem conservadoras faz com que esse percentual fique tão alto”, afirma Deziderio. 

Ele considera ainda que muitos negócios têm dificuldade de analisar corretamente o imposto de cada mercadoria - há setores que comercializam até 13 mil produtos, o que acaba gerando cálculos incorretos de tributação, exemplifica.

“A dificuldade se dá devido à complexidade tributária. No Brasil, são editadas 700 normas por dia. De 1988 até o exato momento, foram editadas 5,2 milhões de normas. Para acompanhar tais mudanças, uma das alternativas é fazer uso da tecnologia e muitas empresas não priorizam o investimento nessa área”, aponta.

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Com a reforma tributária, promulgada em dezembro de 2023, Deziderio diz que haverá amplas mudanças, mas alguns pontos continuam essenciais para garantir o correto recolhimento de impostos por parte de negócios.

O primeiro passo, segundo ele, é fazer um planejamento tributário. Isto é, analisar profundamente a operação do negócio. Quem são os clientes, onde estão localizados os fornecedores, qual a projeção de faturamento, quais os insumos, entre outros. Após levantar todos os dados necessários, fazer uso da tecnologia junto à legislação vigente.

“Uma contabilidade que investe em inteligência artificial (IA) e é especialista em redução tributária pode fazer com que empresas consigam margem de lucro maiores em comparação com as que economizam nessa área”, acrescenta.

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Recuperação de impostos

Deziderio diz que as empresas podem recorrer ainda à recuperação de impostos. Como o próprio nome diz, é um processo no qual busca-se reaver valores pagos ao governo indevidamente ou em quantidades maiores do que o necessário.

Para ilustrar como funciona uma recuperação de imposto, ele apresenta o exemplo da Billion Contabilidade.

“A Billion analisa os últimos cinco anos das empresas. A IA faz um levantamento de todos os produtos ou serviços do cliente, os créditos que não foram utilizados nas operações são recuperados e o cliente pode receber os valores em conta corrente bancária ou compensá-los nos impostos a vencer”, esclarece.

Deziderio chama a atenção, ainda, para o receio que muitos negócios têm de sair do regime de tributação do Simples Nacional e ir para o lucro real.

“O lucro real demanda um esforço maior do cliente e da contabilidade, porque o imposto é calculado sobre o lucro. Porém, a contrapartida disso é uma economia para negócios com margem de lucro menores e muitas compras de mercadoria ou contratações de serviços”, salienta.

Já no Simples Nacional, o imposto é sobre o faturamento, ou seja, o valor total das vendas ou dos serviços prestados, mesmo que no final das contas o negócio não tenha lucro ou apresente prejuízo. Além disso, a alíquota é progressiva, aumentando conforme o faturamento. 

“Isso faz com que o Simples Nacional torne-se desvantajoso em alguns casos”, finaliza Deziderio.

Para saber mais, basta acessar: https://www.billioncontabilidade.com.br/