“Nem atingimos o pico e nem ultrapassamos dele”. Apesar dos números desta sexta-feira, 27, quando foram registradas 919 mortes, e deste sábado, 28, quando registraram 889 mortes nas últimas 24 horas, chegando na casa de 10 mil mortes, o chefe do Instituto Superior de Saúde da Itália, Silvio Brusaferro, afirmou que o país ainda não atingiu o pico da pandemia, mas está próximo. O atleta do Real Rogit, da Série A2 foi futsal italiano, e ídolo do BGF, Silon Júnior, está em total confinamento na cidade de Rossano, no sul do país, aguardando esperançoso para que o pico seja atingido o quanto antes para que os números de casos e vítimas comecem a diminuir.
O epicentro do coronavírus na Europa
A Itália é o epicentro da pandemia do novo coronavírus. Com mais de 30 mil mortes em todo o planeta, o país europeu, o primeiro atingido pela pandemia no velho continente, possui o maior número de vítimas, com uma proporção de 166 mortes a cada um milhão de habitantes. Em comparação aos seus vizinhos, a França registrou 2.314 vítimas, enquanto que a Suíça possui 264, segundo números atualizados pela Worldmeters.
Há inúmeros fatores que embasam os motivos de a Itália possuir um número expressivo de mortes, que pode ser explicada desde a idade média da população, clima, método de contagem dos contaminados e falecidos, até a organização de saúde no país, que entrou em colapso. Apesar de ser “pega de surpresa”, um dos fatos que fez os números se tornarem expressivos na Itália foi a pouca atenção dada pela população e poder público em relação à gravidade da pandemia. Prova disso foi o caso da cidade de Milão, cujo prefeito confessou o erro de não ter dado a devida atenção à situação.
Hoje, o discurso propagado no país, que decretou quarentena no dia 9 de março, é de total atenção e cuidado: “É uma emergência sem precedentes para a Europa e o mundo inteiro. Agora é hora de responsabilidade”, afirmou o primeiro-ministro Giuseppe Conte, durante pronunciamento na Câmara dos Deputados da Itália.
“Desde o início da quarentena, estamos nesta guerra contra um inimigo invisível”, comenta Silon Júnior
O atleta do Real Rogit, líder da segunda divisão italiana, é ídolo do BGF, onde atuou por mais de 100 jogo sem sua carreira e anotou 134 gols em sua passagem por Bento. Em fevereiro, Silon recebeu uma homenagem do clube italiano ao marcar 100 gols pela equipe.
O pelotense vive na cidade de Rossano, na região da Calábria, na província de Cosenza, no sul da Itália, a qual foi menos afetada em relação ao norte do país. Desde o dia 9 de março, a população se encontra em confinamento, podendo sair de casa somente para trabalhar em serviços essenciais, por questões de saúde ou necessidade. ”O meu dia-a-dia não é diferente de toda população. Meu cotidiano é em casa, procuro somente uma vez por semana ir no supermercado para evitar o contato com outras pessoas”, explica.
O colapso no sistema de saúde, devido à grande demanda por terapia intensiva para pacientes com coronavírus, redobrou a atenção da população ao longo da quarentena. “Desde então estamos nesta guerra contra um inimigo invisível. Uso o termo guerra, pois é exatamente isso que está acontecendo. Pessoas estão morrendo, hospitais estão lotados, em algumas partes da Itália o caos está instalado”, comenta Silon.
Silon relata que, em um primeiro momento, a população não se fez acreditada da gravidade e proporção da pandemia. Porém, depois do agravamento da situação, as pessoas se deram conta da real situação provocada pelo novo coronavírus. “No primeiro momento, assim como toda a Itália, não se acreditou o que estava acontecendo, se era realmente perigoso ou não e, à medida que o tempo foi passando, a população se deu conta que não era uma simples gripe. O governo assinou esse decreto e a resposta foi positiva, pois quando saímos para a rua vemos poucas pessoas nas ruas”, ressalta.
O experiente atleta afirma que a população está esperançosa para que o pico da pandemia seja atingido o quanto antes para que o número de mortes possa diminuir nos próximos dias. “Para sair de casa você precisa de uma autodeclaração, a polícia está fiscalizando, mas por si só estão todos sendo conscientes aqui na cidade onde estou morando. Há pouca gente ruas e estão todos esperançosos que o pico do contágio chegue o mais próximo possível para depois os números baixarem”, comenta Silon.
Assim como em praticamente todo o planeta, as competições esportivas foram suspensas, sem data para retorno. O clube no qual Silon atua está na primeira colocação da Série A2 do futsal italiano. “Faltavam cinco rodadas para acabar a fase regular. O primeiro é campeão e os outros três times vão para o playoff. A Federação está esperando o governo ver se os números baixam para tomar uma decisão, seguindo muito a linha do futebol de campo”, explica.
“Não se pode levar na brincadeira”, exclama Silon
Segundo o atleta, as pessoas devem se conscientizar sobre a gravidade da pandemia. O isolamento social, de acordo com Silon, é fundamental para interromper os números crescentes de casos e mortes devido ao novo coronavírus. “Não se pode levar na brincadeira. Não há outra maneira de conter essa propagação do que o isolamento social. É seguir as normas de segurança da saúde pública, lavar bem as mãos, evitar o contato com as pessoas, mas principalmente o isolamento social. É uma coisa séria. Não é uma simples gripe. Conscientize aqueles que estão levando na brincadeira, pois só assim é que a gente vai poder sair deste triste episódio que a população mundial está vivendo”, salienta Silon.
Mín. 17° Máx. 27°