Quando falamos em várias reportagens que o caos na saúde é inimaginável para a comunidade, a não ser por quem tem um familiar doente, é a mais pura verdade. Mais um caso chega à reportagem do NB Notícias de uma família que está desesperada por atendimento. Uma idosa de 66 anos está correndo o risco de perder o pé porque não consegue atendimento especializado. Ela está desde a segunda-feira, 14 de outubro, aguardando na Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas (UPA) por um leito hospitalar para ser atendida. E o pior, por causa da demora, ela corre o risco de perder seu pé.
Marisa Natalina Glanert, de 66 anos, sofreu um acidente doméstico na quinta-feira, 10 de outubro, quando uma faca caiu em seu pé. Inicialmente, tratou o ferimento em casa, porém, no final de semana, foi até a UPA 24 Horas, onde foi atendida, medicada e encaminhada para casa. Na segunda-feira, 14, a situação se agravou ainda mais e ela foi internada na UPA, onde vem recebendo atendimento.
Desde então, é tratada com antibióticos, aguardando uma internação hospitalar para receber um atendimento especializado. Em apenas 5 dias, os ferimentos no pé se espalharam e a situação se agravou muito. Como é diabética, a cicatrização não acontece, por isso, é preciso a realização de um atendimento no hospital. A espera deixa os familiares angustiados, pois o hospital referência para casos vasculares é em Caxias do Sul, mas não há previsão de leito disponível para sua internação. Como o caso seria para atendimento de um especialista vascular, o Hospital Tacchini também não recebe a internação.
Com o passar dos dias e a gravidade do problema aumentando, Marisa Natalina corre o risco de ter o pé amputado, devido à gravidade dos ferimentos. Segundo os médicos, ainda é possível salvar o pé da idosa, caso ela seja internada logo em seguida. A filha da paciente, Cristiane Glanert, está desesperada e já tentou contato com políticos da cidade, como o vice-prefeito Amarildo Lucatelli, mas não conseguiu ajuda para resolver o problema. "Estou apelando para vocês da reportagem, pois já não tenho mais força para pedir ajuda a ninguém. O povo de Bento está abandonado a própria sorte. Minha mãe vai ter o pé amputado simplesmente porque não consegue atendimento, isso é inadmissível", lamentou Cristiane.
Na UPA 24 Horas, médicos e enfermeiros ficam de mãos atadas, também angustiados pela conquista de um leito para cada paciente atendido. E o caso de Marisa Natalina Glanert é só mais um entre tantos pacientes que vivem a mesma situação e estão em estado de saúde até pior que o dela. Está mais do que na hora de alguma coisa séria ser feita pelo poder público municipal, que parece estar refém do caos na saúde que aflige nossa cidade todos os dias.