A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) deverá definir o futuro do Campeonato Gaúcho de 2020 nesta quinta-feira, dia 26, em reunião com os presidentes dos 12 clubes. Enquanto não há definição, os atletas do Esportivo seguem treinando no aconchego de seus lares, mantendo o confinamento devido à pandemia do novo coronavírus e obedecendo o plano de treinamento proposto pela comissão técnica da equipe.
Antes mesmo da reunião, alguns clubes do interior do Estado, como é o caso do Pelotas, Juventude e Novo Hamburgo, já desligaram alguns de seus atletas do elenco. Segundo o Vice-Presidente de Finanças, Leocir Glowacki, o Esportivo manteve o vínculo contratual com todos os seus jogadores e com o salário em dia. “Dispensamos os atletas com o salário tudo em dia. Os contatos encerram no dia 5 de abril, que seria a conclusão da primeira fase do segundo turno do Gauchão. Caso avançaríamos de fase, prorrogaríamos os contratos”, explica.
Aguardando o veredito da FGF, o clube não possui posição do que almeja para o futuro competição. No entanto, conforme diz Leocir, “a direção preza em não comprometer a receita do clube”, a qual, nos últimos anos, contou com uma significativa recuperação.
“É preciso um tempo hábil para que a gente consiga garantir que os jogadores tenham a condição para voltar a competir”, salienta o preparador físico
Sobre o possível futuro da competição estadual, o presidente da FGF, Luciano Hocman, é enfático : “Não se pode descartar nenhuma possibilidade”. Apesar da atual situação da pandemia, que cresce a cada dia,, caso o campeonato retorne à normalidade em uma eventual melhora no combate ao novo coronavírus, o preparador físico do Esportivo, Gustavo Corrêa, acredita que será necessário um período para que os atletas das equipes se readaptem aos treinamentos e à exigência da competição dentro das quatro linhas.
Para manter o condicionamento físico dos atletas, na expectativa de um possível retorno da competição estadual, o preparador físico preparou um plano de treinamentos para os atletas praticarem em suas residências. “Foi passado para os jogadores uma cartilha de atividades, um plano de treino para que eles pudessem realizar em suas casas neste período de quarentena. Todos os exercícios têm o objetivo bem claro de não termos uma perda tão significativa dos números e da performance que a equipe conseguiu alcançar até esse momento de suspensão”, explica Gustavo.
Para ele, caso o Gauchão retorne, é inevitável que se tenha um período para que os jogadores se readaptem aos treinamentos e a carga que possam ter em uma partida. “A preparação de uma equipe não acontece em uma semana ou em 10 dias, é preciso um tempo hábil para que a gente consiga garantir que os jogadores tenham a condição para voltar a competir. Os jogadores vão ter uma exigência muito grande num jogo, e acho que um período mínimo tem que ser pensado para que as equipes consigam se readaptar aos treinamentos, não só em questões físicas como técnicas, táticas e psicológicas para retomar a competição”, comenta.
O desejo de Gustavo é que o Gauchão tenha sua conclusão, mas alerta que a prioridade sempre deverá ser pautada na saúde das pessoas envolvidas. “Eu gostaria muito que a competição fosse concluída. O planejamento não só de uma equipe como de uma competição precisa ter início, meio e fim. Se houver a possibilidade de concluir a competição seria muito bom, mas sabemos que é uma situação muito delicada que o mundo inteiro está vivendo com relação a essa pandemia, e precisamos respeitar a saúde das pessoas”, ressalta o preparador físico.
Pandemia longe dos familiares
Há quatro anos Gustavo Corrêa está morando em Portugal, com sua esposa e sua filha. Neste período de confinamento devido à pandemia, a saudade bate ainda mais forte. “Esses dias têm sido bastante difíceis de ficar longe da família, mesmo sabendo que é uma situação muito emergente, de isolamento social, mas com certeza gostara de estar próximo da minha esposa e da minha filha neste momento", relata.
No entanto, segundo Gustavo, a profissão, que faz com que muitos profissionais tenham que trabalhar distantes do aconchego familiar, acaba por se tornar um costume. “Sabemos que é uma peculiaridade da profissão o fato de nem sempre poder estar convivendo com as pessoas que temos maior proximidade. Mas é um momento diferente. Ao mesmo tempo que são tomados todos os cuidados para que essa pandemia não tenha maiores proporções, a gente pode aproveitar e ficar com a família. Infelizmente para mim não existiu essa possibilidade, mas os meus familiares estão todos bem e com saúde”, comenta.
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