A Controladoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro instaurou uma auditoria extraordinária com a finalidade de identificar e punir os responsáveis pelos erros que culminaram na infecção por HIV de seis pacientes transplantados no estado. A investigação vai analisar todos os contratos entre a Fundação Saúde e o laboratório PCS Saleme. A previsão é que a auditoria seja concluída em 45 dias.
O governador Cláudio Castro reforçou, nesta terça-feira (15), o compromisso de identificar e punir os responsáveis pela infecção por HIV de pacientes transplantados. “Estamos trabalhando desde o dia em que soubemos desse erro inadmissível para corrigir, atender às vítimas e garantir que isso nunca mais aconteça. Nós já percebemos que o erro ocorreu entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, e todos os exames estão sendo refeitos”, disse o governador, ressaltando que agentes públicos ou privados envolvidos serão punidos.
O governador esclareceu que, desde a notificação do primeiro caso, o laboratório teve o serviço suspenso pela Vigilância Sanitária do estado e foi interditado cautelarmente, e uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Saúde. “Os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio, que está retestando todas as amostras de sangue dos doadores armazenadas no período em que o laboratório prestou serviços ao Estado”, avaliou.
Investigada de envolvimento nos transplantes se aprexenta à Polícia
Investigada no inquérito da Delegacia do Consumidor (Decon) que tem como figura central o laboratório PCS Lab Saleme, Jacqueline Iris Barcellar de Assis se apresentou, na tarde desta terça-feira, 15 de outubro, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio. Funcionária do laboratório, ela teve a prisão temporária por cinco dias decretada após vir a público, na última sexta-feira,11, a notícia de que seis pacientes que estavam na fila do transplante receberam órgãos infectados com HIV. Apurou-se, ainda, que dois resultados com 'falsos-negativos' para sorologia de HIV foram assinados por Walter Ferreira e Jacqueline Iris Barcellar de Assis, respectivamente, sócio administrador e funcionária do laboratório. Além disso, a funcionária não possui formação em Biomedicina, usando número de registro falso nos documentos emitidos pelo laboratório.