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Medo e ansiedade com a crise do coronavírus?

Prestar atenção aos cuidados relacionados à prevenção da transmissão e tentar manter a calma estão entre os principais fatores, de acordo com os psicólogos.

18/03/2020 às 12h53 Atualizada em 19/03/2020 às 11h43
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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Diante da incerteza gerada por esse tipo de situação de emergência sanitária e de reordenamento social, o Colégio de Psicólogos de Madri divulgou um comunicado nesta semana para ajudar a superar o mal-estar emocional, oferecendo conselhos para quem tem e para quem não tem relação direta com o vírus.

Se você não foi afetado pela doença

A ansiedade pode se manifestar de várias formas: nervosismo, agitação, estado de alerta; não conseguir pensar em outra coisa; necessidade de ver e ouvir constantemente informações sobre o coronavírus; dificuldade para realizar tarefas diárias. Também é percebida nas pessoas que estão com problemas para adormecer e que acham difícil controlar sua preocupação e perguntam persistentemente aos familiares sobre seu estado de saúde, alertando-os sobre os graves perigos que correm toda vez que saem de casa.

Diante dessa situação, o Colégio de Psicólogos propõe:

Identificar pensamentos que possam lhe causar mal-estar. Pensar constantemente na doença pode causar o aparecimento ou o aumento de sintomas que ampliem seu mal-estar emocional.

Reconhecer nossas emoções e aceitá-las. Se necessário, compartilhe sua situação com os mais próximos para encontrar a ajuda e o apoio necessários.

Questione: procure provas de realidade e dados confiáveis. Conheça os fatos e dados confiáveis oferecidos pelos meios de comunicação oficiais e científicos e fuja de informações que não provenham dessas fontes, evitando informações e imagens alarmistas.

Informe seus entes queridos de maneira realista. No caso de menores ou pessoas especialmente vulneráveis, como idosos, não minta para eles e forneça explicações verdadeiras, adaptadas ao seu nível de compreensão.

Evite informações em excesso. Estar permanentemente conectado não o deixará mais bem informado e poderia aumentar desnecessariamente sua sensação de risco e nervosismo.

Comprove a autenticidade das informações que você compartilha. Se você usa as redes sociais para se informar, procure fazê-lo com fontes oficiais.

Como cuidar de si mesmo nestes casos: É recomendado manter uma atitude otimista e objetiva. Evite falar o tempo todo sobre o assunto, apoie-se na família e nos amigos e ajude a família e os amigos a manter a calma e um pensamento “adaptativo a cada situação”, além de tentar levar uma vida normal na qual não se alimente o medo dos outros.

Se você pertence à população de risco, de acordo com as autoridades sanitárias

Siga as recomendações e medidas de prevenção determinadas pelas autoridades sanitárias. Confie nelas porque sabem o que fazer. Têm o conhecimento e os meios.

Informe-se de forma realista.

Não trivialize seu risco para tentar evadir a sensação de medo ou apreensão com a doença.

Tampouco o amplifique. Seja cauteloso e prudente sem se alarmar.

Se lhe recomendarem medidas de isolamento, lembre-se de que é um cenário que pode levar você a sentir estresse, ansiedade, solidão, frustração, tédio e/ou irritação, juntamente com sentimentos de medo e desespero, cujos efeitos podem durar ou aparecer mesmo depois do confinamento. Tente se manter ocupado e conectado com seus entes queridos.

Crie uma rotina diária e aproveite para fazer as coisas que você gosta, mas que geralmente, por falta de tempo, não pode fazer (ler livros, assistir filmes, etc.).

Se você está sofrendo da doença

Além de seguir as recomendações acima, os colegiados indicam vários pontos importantes para o autocuidado:

Administre seus pensamentos intrusivos. Não se ponha na pior situação antecipadamente.

Não se assuste desnecessariamente. Seja realista. A imensa maioria das pessoas está se curando.

Quando sentir medo, conte com a experiência que você tem em situações semelhantes. Talvez agora não associe isso por ter uma percepção de maior gravidade. Pense quantas doenças você superou com sucesso na vida.

Aprender a reconhecer seus medos

O medo não é uma emoção ‘ruim’ em si”. O que é ‘ruim’ é que apareça quando não é adaptativo (em uma situação em que não corremos risco); que não apareça quando seria adaptativo se ocorresse (em situação de risco) ou que apareça com uma intensidade tal que nos bloqueia”, alerta antes de analisar a sensação de mal-estar emocional generalizada pelo alarme sanitário. Uma situação excepcional em que a disparidade social e de assistência também influenciam.

A busca excessiva por informação é uma ação que nos oferece controle para acalmar o medo, mas paradoxalmente o aumenta, pois alimenta o obsessivo diante do racional. Fazer uso adequado das informações (especialmente as provenientes da mídia oficial) e conceder-lhes um espaço mental também adequado pode nos ajudar a transitar pelas circunstâncias atuais da maneira mais saudável possível.

Buscar fontes confiáveis é outra recomendação devemos limitar a exposição aos meios de comunicação. As informações nos dão segurança, mas se nos empanturramos, nos confunde e aumenta a vulnerabilidade. Mas lembre-se, ser vulnerável não anula seus recursos “praticar o autocuidado” nesse estado excepcional com o autoconhecimento. Você pode aprender a acalmar sua mente desses pensamentos de ansiedade antecipatória, pensamentos alarmistas e pessimistas.

Você pode se conectar à sua respiração, sentir o ar entrando e saindo, seu percurso e toda vez que você cair nesses pensamentos, volte sua atenção para o nariz, esse lugar por onde o ar entra e sai. Repetidas vezes, sem se deixar levar pelos juízos. Não se trata de não ter pensamentos, mas de saber acompanhá-los de forma realista. 

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