Rio Grande do Sul Crueldade
Três pessoas são resgatadas no RS em situação de escravidão pela Polícia Federal
As três vítimas trabalhavam em propriedade rural e eram submetidas a condições degradantes, recebendo R$ 200,00 por ano.
18/09/2024 16h10
Por: Marcelo Dargelio

Mais uma situação de trabalho análogo à escravidão foi descoberto no Rio Grande do Sul pela Polícia Federal. O fato aconteceu na cidade de Candelária, no Valde do Taquari, Região Central do Estado. Três pessoas foram resgatadas de uma propriedade, após as denúncias chegarem ao órgão federal.

A operação aconteceu na terça-feira, 17, de setembro, envonveldo agentes da Polícia Federal, em conjunto com integrantes da Polícia Civil, do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e do Conselho Tutelar. O responsável pela propriedade foi preso em flagrante  pela prática do crime de redução a condição análoga a de escravo. Ele foi conduzido à Polícia Federal em Santa Cruz do Sul.

As três vítimas resgatadas trabalhavam em propriedade rural e eram submetidas a condições degradantes, habitações precárias, e, ainda, eram impedidos de deixar a propriedade em razão de dívidas. Segundo as declarações, exerciam as atividades no local por 200 reais ao ano. Após o encerramento dos procedimentos, os trabalhadores foram acolhidos pela Assistência Social de Candelária. 

Armas eram utilizadas para ameaçar e impedir a fuga dos trabalhadores da propriedade

 

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Diante do real temor das vítimas de sofrerem retaliações (ameaça e/ou violência), a Justiça Federal deferiu o pedido da Polícia Federal de medida cautelar diversa da prisão para que o conduzido se abstenha de manter contato com os trabalhadores resgatados, sob pena de conversão em prisão preventiva.

Na ação também foram localizadas quatro armas de fogo (2 revólveres, 1 fuzil e 1 espingarda) e 33 munições calibre 38. Uma das armas teve a sua numeração de identificação suprimida. Assim, o conduzido também foi indiciado pela posse ilegal de arma de fogo de uso restrito permitido e restrito.

A investigação iniciou com denúncia apresentada na Polícia Civil de Candelária sobre violência doméstica e trabalho escravo, que representou pela expedição de mandado de busca e apreensão. 

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