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Comitiva estadual faz visita técnica à empresa Vale para conhecer ações de recuperação ambiental em Brumadinho
Conhecer de perto o plantio de mudas de enxertia com resgate de DNA, indução de florescimento precoce e conservação genética de espécies nativas pa...
12/09/2024 11h23
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom RS

Conhecer de perto o plantio de mudas de enxertia com resgate de DNA, indução de florescimento precoce e conservação genética de espécies nativas para a recuperação ambiental no Rio Grande do Sul é um dos objetivos da viagem da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) a Brumadinho, em Minas Gerais. A equipe está na região mineira para verificar e trocar experiências sobre as ações para reparação que têm sido realizadas pela Vale S.A., empresa de mineração, após o rompimento, em janeiro de 2019, da barragem de Brumadinho, da mina do Córrego do Feijão.

A comitiva é composta pelo titular da Seapi, Clair Kuhn, pelo diretor do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, Caio Efrom, e pelo pesquisador e coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante. Pela Sema, participam a assessora técnica Isa Osterkamp, a coordenadora da Assessoria de Educação para a Sustentabilidade, Mariela Secchi, e a analista ambiental da Divisão de Flora, Natália de Lazari.

O grupo foi recebido, na terça-feira (10/9), pela Diretoria de Reparação da Vale e fez visitas técnicas nas instalações da empresa. A comitiva conheceu o manejo de rejeitos e a recuperação ambiental, o projeto em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) para o resgate de DNA e florescimento precoce e a estação de tratamento de água para recuperação ambiental do ribeirão Ferro-Carvão e rio Paraopeba, além dos projetos em âmbitos social, de infraestrutura e de segurança que estão em andamento. Atualmente, a Vale atua em 26 municípios, contemplando 176 comunidades.

“Nosso intuito aqui é conhecer e buscar soluções e novidades que possam nos auxiliar com novas ações para acelerar a recuperação ambiental e da agropecuária do Rio Grande do Sul. Precisamos verificar o que está dando certo em outros lugares como alternativa para implantação no Estado e busca de novas parcerias”, destacou Kuhn.

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Isa ressaltou que as ações que estão sendo vistas, após o grande desastre ambiental, são importantes para o desenvolvimento de ações em âmbito estadual. “A visita é uma forma de trocar experiências de processos de recuperação desses ambientes para que possamos aplicar no Rio Grande do Sul, dentro das iniciativas do Plano Rio Grande.”

Gustavo Moraes, gerente de Meio Biótico Reparação da Vale, explicou o processo de restauração florestal que está sendo realizado. A primeira etapa é a remoção dos rejeitos da área e, após autorização do Corpo de Bombeiros, ocorre a segunda etapa, que é a recuperação ambiental. Segundo Moraes, cerca de 120 mil mudas já foram utilizadas nesse processo e a revegetação da área está prevista para acontecer em sua totalidade até 2030.

São coletadas sementes de diversas matrizes de árvores nativas e de espécies em ameaça de extinção e enviadas para viveiros para enxertia. Quando as mudas estão formadas e prontas, elas voltam para a Vale para o plantio. Uma nova área será recuperada com plantio florestal ainda esse ano.
Guilherme Bravim, doutor em Genética e Melhoramento da UFV e coordenador do projeto
“Resgate de DNA, indução de florescimento precoce e conservação genética de espécies nativas”, apresentou o conceito e processo necessário até o plantio da muda.

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“Uma planta que levaria anos para produzir flores, dentro do viveiro é possível induzir a produção em pouco tempo. Temos verificado casos de florescimento em menos de seis meses, na maioria das espécies pós-enxertia. Com a restauração das áreas, a planta tem grande potencial de se tornar fornecedora de sementes com alta variabilidade genética”, ressaltou.

O coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante, falou que, atualmente, no Rio Grande do Sul, a oferta de sementes e mudas florestais nativas ainda é baixa, tanto em quantidade como em qualidade. Para recuperar as áreas ambientais do Estado, é preciso pensar em estratégias que aumentem a oferta de sementes e mudas em curto, médio e longo prazo. ”O que conhecemos aqui em Minas Gerais é uma tecnologia inovadora. Além de acelerar o processo de recuperação ambiental, é uma estratégia muito importante dentro de um programa de melhoramento de espécies florestais nativas, visando à formação de áreas de produção de sementes de alta qualidade genética”, salientou.

Na oportunidade, as equipes plantaram mudas de árvores dentro do projeto de recuperação ambiental estabelecido. A comitiva gaúcha ficará em Brumadinho até esta quinta-feira (12/9).

Texto: Cassiane Osório/Ascom Seapi
Edição: Secom