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Importância da atividade física para a saúde é destaque em sessão especial

O Senado comemorou, nesta segunda-feira (9), o Dia do Profissional da Educação Física em sessão especial com presença do medalhista de prata na mar...

09/09/2024 às 13h40
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Senado
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Autora do requerimento para a homenagem, Leila Barros (C) comandou a sessão - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Autora do requerimento para a homenagem, Leila Barros (C) comandou a sessão - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O Senado comemorou, nesta segunda-feira (9), o Dia do Profissional da Educação Física em sessão especial com presença do medalhista de prata na marcha atlética nas Olimpíadas de Paris, Caio Bonfim, de outros atletas olímpicos e de conselheiros regionais e federais da categoria. A data é oficialmente celebrada em 1º de setembro.

A sessão atendeu a requerimento ( RQS 62/2024 ) da senadora Leila Barros (PDT-DF), que presidiu a homenagem. Leila destacou que as pessoas que trabalham com educação física são essenciais para além da formação técnica dos esportistas.

— No esporte a gente aprende muito com nossos profissionais de educação física a não desistir nunca. Lembro que perguntei [ao meu professor]: “você acha mesmo que eu dou para o vôlei?”. Ele [respondeu]: “você pode ser o que quiser na vida, desde que você se dedique” — afirmou.

Medalhista olímpica do vôlei feminino (bronze) nos jogos de 1996 e 2000 e ouro no Pan-Americano de 1999, a senadora elogiou o desempenho brasileiro nos Jogos Paralímpicos de 2024, cuja edição terminou com o Brasil em quinto lugar e com 25 medalhas de ouro, recordes históricos. Para Leila, “por trás de cada medalha conquistada e recorde batido estava a mão habilidosa de um profissional de educação física”.

— Esses profissionais mostram que com disciplina, treino e dedicação é possível superar todos os nossos limites.

Treinamento

Treinadora e mãe do medalhista de prata Caio Bonfim nas Olimpíadas de 2024, Gianetti Bonfim lembrou os sacrifícios feitos para o filho alcançar a primeira medalha da marcha atlética na história do Brasil. Ela e o marido, João Sena, também educador físico, treinaram outros três desportistas do Distrito Federal.

— Para conseguir essa medalha foram muitas guerras. São mais de 40 anos de trabalho e de entrega. Às vezes a gente forma [na universidade] para quê? “Vou ter um salário, vou fazer um concurso…”. Mas nesse decorrer entram tantos sonhos na nossa vida, de mudar histórias, de fazer história no país, que a gente se entrega [aos sonhos]. A gente tira até do bolso para ajudar esses meninos a realizarem seus sonhos. A gente reuniu isso tudo em uma família só, que respira esporte todos os dias. E de quebra ganhamos um filho campeão.

Caio Bonfim disse que só foi possível alcançar o feito com a equipe que tem. Ele também é formado em educação física, curso escolhido por influência dos pais.

— Eu já vim sendo homenageado como atleta, mas como profissional é a primeira vez, isso é muito legal. Ninguém chega a lugar nenhum sozinho, se não fosse pelos profissionais que trabalham [juntos]… Hoje a gente tem um biomecânico, um fisiologista, tudo isso dentro da educação física — disse.

Além de Caio, estava presente a jogadora de handebol olímpico Ana Paula Mathias Conforte.

Remuneração

O presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física do Distrito Federal (Sinpef-DF), Lázaro de Sousa Barrozo, afirmou que há diversas áreas de atuação para o educador físico, mas que muitos optam por se tornar personal trainer em razão da remuneração. Mas, para ele, mesmo esses profissionais enfrentam dificuldades.

— Por que as pessoas falam em ser personal [trainer]? É onde dá dinheiro, mas esquecem das outras áreas, da importância de ser treinador para alto rendimento [por exemplo]. O mercado não valoriza a ponto de você viver bem, não é para ficar rico, é para viver bem. Quando reparei a realidade na maior academia, a que mais pagava em Brasília, eu falei: “isso não vai me sustentar”.

Para Lázaro, o projeto de lei (PL) 7.006/2013 , que cria piso salarial para a área em R$ 3,6 mil para uma jornada de 30 horas semanais, é uma forma de contornar o problema. O texto está em análise na Câmara dos Deputados.

Saúde

Segundo a senadora Leila, a prática frequente de atividades físicas supervisionada por trabalhadores da educação física promove a saúde coletiva e a educação de crianças e jovens, além de cuidar da qualidade de vida de idosos e pessoas com deficiência.

— Em um país onde as doenças como diabetes são preocupação crescente, a atuação desses profissionais é fundamental. Eles são responsáveis por orientar a população sobre a importância da prática regular de atividade física. A incorporação desses especialistas nas equipes do SUS é uma medida essencial para a promoção de saúde integral e preventiva.

A senadora é autora do PL 3.467/2019 , que inclui esportes nas escolas como uma das diretrizes da educação brasileira. O texto já foi aprovado no Senado e agora é analisado pelos deputados.

A presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref) do Distrito Federal, Nicole Christine de Azevedo Silva, também mencionou o papel da atividade física na prevenção de doenças.

— Todo mundo fala que o plano de saúde que a gente paga é um plano de saúde, [mas] não é, é o plano da doença. O plano de saúde é a atividade física regular orientada por um profissional de educação física. Espero que vocês estejam firmes nesse propósito de estar cada vez mais saudáveis.

O presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Claudio Augusto Boschi, também participou da sessão.

Regulamentacão

Faz 18 anos que o dia 1º de setembro celebra oficialmente a categoria, com a Lei 11.342, de 2006 . A data remete ao advento da regulamentação da profissão de educação física com a Lei 9.696, de 1998 , que passou a exigir capacitação formal para esses trabalhadores, entre outros direitos e deveres.

Primeiro ouro olímpico do Brasil na marcha atlética, Caio Bonfim com o pai, João Sena, também educador físico - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Primeiro ouro olímpico do Brasil na marcha atlética, Caio Bonfim com o pai, João Sena, também educador físico - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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