Negócios Sem acordo
Impasse entre sindicatos impede abertura do comércio em Bento neste sábado
Somente aqueles estabelecimentos que possuem um Acordo Coletivo de Trabalho firmado diretamente com o SEC-BG poderão operar com trabalhadores neste 7 de setembro.
06/09/2024 16h08
Por: Marcelo Dargelio

O comércio de Bento Gonçalves enfrenta um impasse que resultará no fechamento da maioria dos estabelecimentos neste sábado, 7 de setembro, feriado nacional da Independência. A falta de consenso nas negociações entre o Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves (SEC-BG) e o Sindilojas Regional Bento, entidade que representa os empregadores, é a principal causa da paralisação.

As tratativas, que ocorrem desde o início do ano, ainda não chegaram a um acordo que satisfaça ambas as partes. O principal ponto de discordância gira em torno do reajuste salarial dos comerciários. Atualmente, o piso salarial da categoria está fixado em R$ 1.721,00, e o SEC-BG propôs um aumento de 4,86%, elevando o valor para R$ 1.804,64. No entanto, o Sindilojas alega que o reajuste proposto é inviável para os empresários, afirmando que "esse valor pode quebrar as empresas".

Diante desse cenário, a presidente do SEC-BG, Orildes Maria Lottici, destacou a importância de um acordo para garantir o funcionamento saudável do comércio e a valorização dos trabalhadores. “Com o comércio funcionando com tranquilidade, todo mundo ganha. Os empregados ganham seus salários, o comércio conta com o faturamento, e a sociedade com a possibilidade de compra”, declarou.

Segundo a presidente, o Sindicato tem buscado diversas soluções para o impasse, mas até agora não houve uma resposta positiva do Sindilojas. “A categoria merece ser respeitada e valorizada. Nosso Sindicato tem enviado várias proposições, sem o devido respeito profissional, pois não há pré-disposição de valorização para a categoria comerciária”, afirmou Orildes.

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Com o fracasso nas negociações e sem a assinatura de uma Convenção Coletiva ou Acordo Coletivo de Trabalho, a legislação impede que os comerciantes utilizem mão-de-obra de empregados no feriado. Somente aqueles estabelecimentos que possuem um Acordo Coletivo de Trabalho firmado diretamente com o SEC-BG poderão operar com trabalhadores neste dia.

Para a presidente do Sindicato dos Empregados, a negociação ainda é a melhor saída, mas é preciso que os lojistas entendam a necessidade de valorização da mão-de-obra comerciária. “Sem Convenção Coletiva ou Acordo Coletivo, a Lei não protege quem abrir e usar mão-de-obra no feriado. Estamos sempre em busca do melhor para todos os envolvidos”, concluiu.

O impasse gera incertezas tanto para os empregados, que aguardam uma valorização salarial, quanto para os comerciantes, que temem prejuízos com o fechamento das lojas em um dia de grande potencial de vendas.

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