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Ex-atletas do Esportivo lamentam morte de Espinosa: “Nunca esqueceu suas raízes”

Valdir Espinosa encerrou sua carreira como jogador no Clube Esportivo para iniciar sua trajetória como técnico, começando de forma excepcional com o vice-campeonato gaúcho de 1979

27/02/2020 às 23h09 Atualizada em 19/03/2020 às 18h46
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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Arquivo histórico
Arquivo histórico

A trajetória de Valdir Espinosa está impregnada na história do Clube Esportivo, sobretudo em um dos momentos mais marcantes do alviazul de Bento Gonçalves: o vice-campeonato gaúcho em 1979. O ídolo do tricolor encerrou sua carreira como jogador para brilhar como técnico, função na qual teve sucesso desde sua primeira oportunidade na equipe bento-gonçalvense. Por essa e por outros diversos motivos, Valdir Espinosa foi protagonista no alviazul, e nunca escondeu sua paixão pelo clube e pela cidade. 

Espinosa chegou ao Esportivo em 1977 e, em 1979, foi convidado para comandar o clube. Os atletas que, por aproximadamente dois anos, foram seus colegas de equipe, posteriormente se tornaram subordinados e, juntos, protagonizaram a melhor campanha da história do clube no Gauchão. “Sempre respeitou todo mundo, sempre leal, uma pessoa muito boa, com um caráter ótimo. Era um amigo que jogava conosco, e que se tornou nosso líder e teve uma carreira bastante exitosa”, comenta Celso Freitas, que atuou ao lado de Espinosa e foi comandado por ex-treinador.

Segundo o ex-jogador do Esportivo, Celso Freitas, Espinosa possuía um ótimo relacionamento com o grupo, e que ajudou nas conquistas daquele tempo. “Sempre teve um ótimo relacionamento com todos que trabalhavam com ele e sempre nos dava aquela tranquilidade para jogar, tanto é que nós fizemos um time muito bom e chegamos a maior conquista do Esportivo em termos de Gauchão. É uma pessoa que nunca esqueceu suas raízes, nunca esqueceu a sua passagem por Bento e pelo Clube Esportivo”, salienta. 

Quando chegou ao Clube Esportivo, Espinosa foi postulante a ocupar a vaga de Raquete na equipe titular. Porém, a equipe se encaixou com ambos ocupando as laterais da equipe. Como jogador, Espinosa conquistou dois títulos pelo alviazul. “Ele tinha um carinho muito grande por Bento e Bento tinha um carinho muito grande pelo Valdir Espinosa por tudo que ele fez, pois a maior conquista do Esportivo está com ele, que é o vice-campeão gaúcho. Hoje Bento Gonçalves está de luto, pois perdeu um grande amigo, um grande treinador, um grande ex-jogador também”, afirma o ex-atleta Leopoldo Benatti, o Raquete. 

Foto - Em pé: Edegar, José, Raquete, Espinosa, Barão e Toninho Fronza; Agachados: Eraldo, Adilson, Celso Freitas, Dilvar e Rubem.

Logo em sua primeira oportunidade como treinador, Espinosa conquistou números significativos no comando do Esportivo. Além do vice-campeonato gaúcho, o ex-técnico alviazul também alcançou o 3º lugar do Gauchão em 1982. “Aprendemos muito com ele, um cara experiente. Jogamos juntos e, em nossa convivência, era uma pessoa extraordinária, tivemos só alegrias com ele. Fica as saudades para o torcedor do Esportivo”, comenta Toninho Fronza, que também participou das campanhas sob o comando de Espinosa.

Em um passado recente, Espinosa ocupou o cargo de coordenador-técnico no Clube Esportivo em 2014/2015, na gestão do ex-presidente Luis Delano Oselame, que apostou na experiência do ex-treinador alviazul. “Somos muito gratos a ele. O Esportivo foi muito feliz com o trabalho dele pelas conquistas e nós torcedores somos gratos eternamente. A gratidão é eterna. Tive o prazer de conviver com ele no Esportivo. Queríamos muito trazer ele de volta para o clube. Se deu certo ou não, não importa, mas o importante é que tentamos. Nós tentamos e nós o trouxemos”, explica Oselame. 

Renato Portaluppi: “Foi pelas suas mãos que cheguei ao Grêmio”

Além das conquistas da Libertadores e do Mundial pelo Grêmio, em 1983, Valdir Espinosa também foi o responsável por revelar o maior ídolo do tricolor, Renato Portaluppi. Após atuarem juntos no Clube Esportivo, Espinosa, ao se transferir para o Grêmio, mostrou ao mundo o protagonismo de Renato. 

Através de sua assessoria, Renato Portaluppi lamentou a morte do “segundo pai”:

“Hoje o dia amanheceu mais triste. Perdi meu segundo pai, meu irmão mais velho, meu exemplo, meu grande e fraterno amigo. Foi pelas suas mãos que cheguei ao Grêmio e consegui dar para a minha família tudo que sempre quis. Vai ser difícil superar mais essa perda, mas temos de seguir em frente. E tenho certeza que ele sempre estará nos olhando, cuidando e guiando. Vai com Deus meu grande amigo”, comentou Renato. 


Nota do Clube Esportivo

O Clube Esportivo Bento Gonçalves expressa seu pesar pelo falecimento de Valdir Espinosa, um dos principais técnicos da história centenária do clube. Espinosa comandou a equipe que conquistou o vice-campeonato gaúcho e o consequente titulo de campeão do interior em 1979. Ao todo, foram 66 jogos a frente do alviazul durante aquela temporada – uma das mais vitoriosas até então. O profissional também atuou como jogador do Esportivo na década de 1970. Como treinador, ainda sagrou-se campeão da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Valdir Espinosa era natural de Porto Alegre e faleceu nesta quinta-feira (27), no Rio de Janeiro, aos 72 anos de idade, após complicações de uma cirurgia realizada no abdômen. Atualmente, ele ocupava o cargo de gerente de futebol do Botafogo.

O Clube Esportivo Bento Gonçalves se solidariza com toda a família Espinosa, amigos e torcida nesse momento de dor e perda.

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