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Há 53 anos, a Fenavinho colocava Bento no mapa do Brasil

A partir da festa, cidade teve seu hino, seu brasão, e a região teve muitas de suas carências atendidas pelo então presidente Humberto de Alencar Castelo Branco.

25/02/2020 às 18h20 Atualizada em 13/03/2020 às 12h26
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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Muitas pessoas afirmam que após sua fundação como município, Bento Gonçalves foi reconhecida como uma cidade brasileira graças à Fenavinho.  Há exatos 53 anos, era realizada a primeira edição da Festa Nacional do Vinho (Fenavinho), evento que deu à cidade o título de Capital Brasileira do Vinho. Em 2019, a festa foi retomada após oito anos, sendo realizada juntamente com a Expobento. O evento foi marcado pela presença do vice-presidente, General Hamilton Mourão.  Neste ano, a dobradinha se repete de 5 até 14 de junho.   

A primeira festa fortaleceu não somente a vitivinicultura, mas também abriu portas para o crescimento da economia e possibilitou a visibilidade nacional do município e das carências existentes na região. Pela primeira vez, autoridades nacionais vieram para a cidade, incluindo o presidente do Diário Associados, embaixador Assis Chateaubriand, e o presidente da República, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Com isto, a imprensa nacional deu cobertura e notoriedade para colocar o município no mapa de atrativos turísticos.

O primeiro presidente da festa foi Moysés Luiz Michelon, empreendedor e visionário que foi incansável, juntamente com um grupo de abnegados, para tirar o projeto de criação da festa do papel. Durante os preparativos da primeira edição, foram criados o brasão e o hino do município. O brasão recorda em seus símbolos e cores o desenvolvimento industrial, a uva e o vinho, e exalta o trabalho da família bento-gonçalvense. O hino, escrito por Maria Borges Frota e musicado por Rui Barros, foi cantado pela primeira vez na edição de 1967.  

Conforme a historiadora Assunta de Paris, no Livro Memórias: Bento Gonçalves, "a Fenavinho foi e é a expressão mais plena do esforço de todos, sem reservas. Empresários, trabalhadores abnegados, exército, padres, mulheres, homens, crianças, todos, enfim, deixaram de lado suas diferenças para trabalhar incansavelmente na preparação desta festa. Por isso ela não pertence a ninguém de forma especial, é um patrimônio cultural de nossa comunidade". 

Fena-11

Acesso asfáltico

A visita do então presidente da República, Humberto de Alencar Castelo Branco, à 1ª Fenavinho seria um divisor de águas para o acesso à Bento Gonçalves. A vinda do presidente foi articulada pelo padre Mânica. O padre era amigo e cabo eleitoral do político Daniel Faraco, então ministro da Indústria e Comércio de Castelo Branco, e solicitou a sua intervenção para convidar o presidente.

O ministro salientou a Castelo Branco que na região estava concentrada a maior produção de uvas e vinhos do Brasil. Também ressaltou que a maior parte da comunidade de Bento Gonçalves estava mobilizada em torno da organização da 1ª Festa Nacional do Vinho. O presidente da República aceitou o convite e, na companhia do então chefe da Casa Civil, General Ernesto Geisel, nascido em Bento Gonçalves, e do então governador do estado, Perachi de Barcelos, foi recebido com festa em Bento Gonçalves em 25 de fevereiro de 1967.

Castelo Branco percorreu de carro o trajeto entre Porto Alegre e Bento Gonçalves, por estrada de chão, porque o mau tempo não permitiu o deslocamento aéreo da comitiva. No percurso, um dos veículos da comitiva ficou encalhado no barro. Castelo Branco perguntou ao então governador como uma cidade que estava promovendo uma festa nacional não tinha acesso asfáltico. Meses após a visita do presidente, foi emitida a ordem de serviço do Estado para o asfaltamento dos 120 quilômetros de estrada entre Bento Gonçalves e a capital do Estado.


 

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