A Polícia Federal finalizou na sexta-feira, 30 de agosto, as investigações da Operação Elísios, que elucidou o audacioso assalto à aeronave pagadora ocorrido em 19 de junho, no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. O crime é considerado o maior já registrado no estado do Rio Grande do Sul.

Após 70 dias de apurações intensas, com o apoio da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal indiciou 17 pessoas por envolvimento direto no crime. Além disso, dois suspeitos foram mortos em confrontos com as forças de segurança, um no Rio Grande do Sul e outro em São Paulo.

A operação resultou na prisão preventiva de 12 suspeitos e na prisão temporária de um indivíduo. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de 26 veículos. Além disso, a Justiça Federal, a pedido da PF, determinou o sequestro de 19 contas bancárias e quatro imóveis ligados aos investigados.

De acordo com o relatório, integrantes de facções criminosas de São Paulo chegaram ao Rio Grande do Sul dias antes do assalto e contaram com o apoio de criminosos locais para executar a ação. A operação foi dividida em quatro etapas: planejamento, execução, fuga e exfiltração. 

Os criminosos organizaram um esquema complexo que envolveu o transporte e custeio de armamento pesado, incluindo fuzis, pistolas, explosivos, além de equipamentos de comunicação, veículos com placas falsas, roupas táticas, e a logística necessária para hospedagem e esconderijos.

Entre os crimes revelados pela Operação Elísios estão latrocínio, falsificação de símbolos e identidade, explosão, adulteração veicular, usurpação de função pública, posse de arma de uso restrito, lavagem de dinheiro, organização criminosa armada, e obstrução de investigação de organização criminosa. As penas somadas para esses crimes podem chegar a 97 anos de prisão. A maioria dos indiciados já possui antecedentes por crimes semelhantes.

A Operação Elísios recebeu seu nome em homenagem ao sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul que perdeu a vida durante o confronto no aeroporto. "Campos Elísios" é uma referência mitológica grega ao lugar onde os heróis repousam após a morte, simbolizando o sacrifício e a coragem do policial no cumprimento de seu dever.