Geral Opinião
As histórias de um Palácio Amarelo em Bento Gonçalves
Em sua coluna, Rodrigo Ricieri traz um pouco da história de um dos mais emblemáticos prédios da cidade e sua importância em época de eleição.
26/08/2024 14h27 Atualizada há 4 meses
Por: Marcelo Dargelio

Em 20 de setembro de 1902 nosso Palácio Municipal iniciaria sua trajetória na paisagem urbana da cidade de Bento Gonçalves. Em um primeiro momento funcionou guarda municipal, delegacia e outras instituições no mesmo prédio. Hoje conhecemos como o prédio da prefeitura, no coração da cidade e na famosa Via del Vino.

Em seu interior e aberta para visitação, está o salão nobre com as imagens de todos os prefeitos que a Capital do Vinho já possuiu. Obras feitas pelos artistas plásticos Osvaldo Siqueira e Cláudio Martins. Ali, neste salão, pode-se ver a imagem do Cel. Antônio J. Marques de Carvalho Jr que foi intendente municipal ( nos dias de hoje seria o cargo de prefeito ) de   24/11/1892 a 15/11/1924.

Nestes muitos anos alguns dos prefeitos conseguiram cumprir dois mandatos à frente do Palácio Amarelo (que já possuiu outras cores ), sendo eles: Milton Rosa, Fortunato Rizzardo, Aido José Bertuol e Guilherme Pasin. Ainda Darcy Pozza, uma das figuras mais conhecidas da política sul-riograndense, possui 3 mandatos como prefeito em seu currículo.

Na década de 80, Ormuz Freitas Rivaldo renuncia por problemas de saúde, assumindo Aido José Bertuol
Em 1900, segundo o relato do cônsul de Porto Alegre Eduardo dos Condes Compans de Brichanteau, o produto mais cultivado era o milho, sendo que o trigo, vinho e legumes não tinham igual sucesso. No município, encontravam-se algumas autoridades brasileiras, sendo uma intendência municipal ( atual prefeitura ), composta por um intendente e sete conselheiros, um juiz municipal suplente, um delegado de polícia e um juiz de paz, quase todos italianos naturalizados.

Continua após a publicidade

No ano de 1916, Luiz Matheus Todeschini fundou a fábrica de acordeões Todeschini no município de Bento Gonçalves, na época localizada na Linha 15 da Graciema. Em 1925, durante uma exposição em Porto Alegre, a empresa recebeu uma medalha de ouro pelo seu acordeão com teclas, ganhando reconhecimento nacional e internacional. Luiz Matheus Todeschini, foi vice-prefeito e posteriormente assumiu interinamente como prefeito municipal.

A cor amarela de nosso Palácio Municipal, é impossível de ser ignorada e funciona bem em ambientes que se deseja destacar com orgulho. É ótima cor para realçar elementos arquitetônicos, como escadas e portas de entrada. Em muitas culturas orientais, o amarelo está associado à realeza, nobreza e autoridade. O prédio em si tem estílo neoclássico e que as aberturas de madeira foram esculpidas por Balestreli.

Atualmente, o Poder Executivo local é representado pelo prefeito municipal Diogo Siqueira, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e pelo vice-prefeito municipal Amarildo Lucatelli, do Progressistas (PP), além de seus secretários, coordenadores e diretores de status equivalente. A administração é partilhada pelo prefeito com seus quatro subprefeitos. A cidade é dividida em 46 bairros e cinco distritos: Sede, Faria Lemos, São Pedro, Tuiuti e Vale dos Vinhedos.

Continua após a publicidade

O prédio da prefeitura foi tombado pela Lei: 2.173 e 1993 e nele encontra-se principalmente atrelado o Gabinete do Prefeito. É de competência do Gabinete do Prefeito: assistir, assessorar, auxiliar e representar o Prefeito Municipal em suas atribuições legais e atividades oficiais, assim como em suas funções administrativas, políticas, sociais, de cerimonial, de relações públicas, comunitárias, de comunicação e divulgações.

Passar pela Via del Vino ou somente pela Marechal Deodoro é sempre ponto focal o prédio amarelo que possui em suas paredes, os segredos da política local e a certeza de que dali sairão as soluções que nossa população necessita. Em época de eleição ele é mencionado e se torna alvo das críticas políticas e das possíveis soluções geridas por aquele que nele performar.

O mundo é feito de personagens imóveis que presenciam a nossa história e em Bento não é diferente com o Palácio Amarelo, que já foi verde. Entre uma cor e outra com leves mudanças em sua arquitetura original ele continua lá, para que a cada 4 anos seja moradia das decisões do povo de Bento Gonçalves.