A IFA - Impacto Femoro-Acetabular é uma doença de causa multifatorial e ocorre quando há um contato anormal durante alguns movimentos entre o osso da coxa, chamado fêmur, e o do quadril, chamado acetábulo. Esse atrito se pode dar devido a um excesso de osso próximo a cabeça do fêmur (chamado de "came") ou por um aumento da cobertura acetabular (chamado de "pincer").

Como causa, podemos citar o movimento realizado com o quadril no dia a dia e os fatores genéticos individuais. Entretanto atividades como ginástica olímpica e ballet, que exigem um arco de movimento extremo, colocam em risco pacientes que já apresentam alguma alteração anatômica na articulação.

Tipos de impacto

São três tipos de impacto e todos em longo prazo ocasionam um desgaste da articulação:

O tipo came, que pode levar a um desgaste da cartilagem do acetábulo, tanto na borda anterolateral como posterior.

O tipo pincer leva a uma lesão do "labrum", que é uma estrutura responsável principalmente em manter a estabilidade do quadril.

E quando apresentado as duas alterações, recebe o nome de impacto misto.

Sintomas

Os sintomas podem confundir com os das tendinoses, que causam também dor no quadril. Entretanto, pelo exame físico minucioso é possível diferenciar as duas doenças. Geralmente, o paciente com IFA apresenta dor na lateral do quadril e refere o sintoma colocando a mão no local formando uma letra "C" com os dedos, principalmente durante a prática de atividades físicas ou na flexão forçada do quadril.

Além disso, podem-se apresentar dores anterior no quadril, na virilha, glúteos, coluna lombar e na sínfise púbica. Nos casos de dor intensa ou persistente procure um médico ortopedista.

Diagnóstico

Atualmente, para realizar um diagnóstico assertivo o paciente tem que apresentar queixas específicas, positivar no exame físico durante a avaliação e apresentar alterações compatíveis no exame de imagem. Caso não possua essas três, provavelmente trata-se de outra doença que não o IFA.

Normalmente, tais alterações são percebidas através de exames de imagem, como o raio-x e ressonância magnética. Nem todo paciente que apresenta tais alterações em exames de imagem irá desenvolver a doença, pois aproximadamente 25% dos pacientes assintomáticos apresentam alterações nesses exames.

Tratamento

Após o diagnóstico, para tratamento e estágios iniciais, está indicado fisioterapia, visando o controle da dor e principalmente o ganho de força muscular e alongamento, mantendo o quadril mais estável.

Nos casos de dor refratária, e principalmente nos que já apresentem alterações de cartilagem ou lesão labral, o tratamento cirúrgico por artroscopia pode ser indicado. Vale ressaltar que as cirurgias são feitas para resolver problemas anatômicos da articulação.

E mesmo com a melhora considerável no quadro de dor o paciente deve manter os exercícios de fortalecimento, para garantir sempre uma boa qualidade de vida. Mas o ideal é sempre fazer uma avaliação pré-participação esportiva principalmente se apresentar alguma dificuldade em realizar movimentos amplos do quadril antes de iniciar a prática de qualquer modalidade esportiva.

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