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Definidos os vencedores do Prêmio Salão Design 2020

Em uma edição totalmente renovada, ganhadores da premiação são quase todos inéditos. Foram mais de 800 projetos inscritos.

12/02/2020 às 11h33 Atualizada em 07/03/2020 às 12h41
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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Ana Carolina Azevedo/Divulgação
Ana Carolina Azevedo/Divulgação

Depois de uma pausa em 2019 e a retomada de nosso calendário bienal a partir dessa edição, o Prêmio Salão Design teve uma edição totalmente renovada em 2020, com mudanças de categorias, jurados e no formato de avaliação dos produtos concorrentes. Tantas mudanças nos bastidores resultaram num conjunto de premiados também inédito: entre os vencedores, todos estão sendo agraciados pela primeira vez. Apenas a designer Roberta de Sá Faustini já tinha recebido uma menção honrosa no passado.


A principal mudança no regulamento ocorreu ainda na fase de inscrições e alterou a tipologia de produtos que podem concorrer ao prêmio. Não houve categorias para acessórios e iluminação, podendo ser inscritos apenas projetos de mobiliário. Foram 827 projetos de estudantes e profissionais inscritos em cinco categorias, chamadas de desafios: Desafio dos Espaços em Transformação; Desafio da Identidade Brasileira 2020; Desafio do Uso do Painel; Desafio da Tecnologia Embutida e Desafio das Experiências Positivas.


Já tradicionais na premiação, permanecem sendo concedidos o troféu Professor Orientador para os melhores produtos de estudantes e também o Prêmio Madeiras Alternativas, esse último em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro desde 1996 e que reconhece o uso de madeiras consideradas não muito utilizadas.


O diretor do Prêmio Salão Design, José Ferro, destaca que as reformulações apresentadas no Prêmio Salão Design neste ano atendem às mudanças no mercado de móveis, mas não apenas isso: também consideramos um retorno do prêmio às suas origens, que é de fomentar a inovação no setor moveleiro. “As categorias de iluminação e acessórios foram suprimidas, dando foco ao mobiliário em si. Ademais, a nosso ver, a categorização do prêmio por cômodos da casa – móveis para dormitório, móveis para área social, móveis para área externa, etc – já não condiz com uma realidade em que as pessoas dão vida a seus espaços fazendo as mais diversas adaptações e customizações do mobiliário”, analisa.


Para a primeira etapa de avaliação dos inscritos, foi convidado um grupo de jurados técnico-funcionais, formado por acadêmicos e profissionais do design. Coube a eles analisar as condições técnicas dos projetos inscritos e aspectos como segurança, materiais utilizados, viabilidade produtiva e sustentabilidade. Foram aprovados para a segunda etapa 104 finalistas do Brasil, Argentina e Uruguai.


Na segunda etapa de julgamento, entrou em cena um novo grupo de jurados, dessa vez com uma pegada estético-criativa. Eles estiveram reunidos em Bento Gonçalves em janeiro para a avaliação presencial dos finalistas e escolha dos vencedores. O grupo foi formado pela crítica, historiadora e curadora de design Adélia Borges; o arquiteto, designer e marceneiro Fernando Mendes; o designer multipremiado, jurado de inúmeros concursos, autor e tradutor Freddy Van Camp; a artista plástica e designer Heloisa Crocco; e a diretora de conteúdo da Casa Vogue Taissa Buescu. 

 

Sobre os vencedores

Para a jurada Adélia Borges, sustentabilidade é uma palavra de ordem hoje em dia, mas quando se menciona a palavra vêm à mente das pessoas palavras como reciclado e reciclável. No entanto, segundo ela, outros pré-requisitos muito importantes são a extensão da vida útil de um produto e a sua multifuncionalidade. “O mobiliário infantil Vira e Mexe, por exemplo, tem um módulo grande e dois pequenos. Aparentemente simples e singelo, é um conjunto sintonizado com todas as premissas do design contemporâneo e de grande versatilidade”, destaca.

Para o Prêmio Madeiras Alternativas, categoria especial realizada desde 1996 em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro, participou da avaliação dos finalistas a técnica do Serviço Florestal Brasileiro Elisa Palhares de Souza. O prêmio reconhece o uso de madeiras consideradas não muito utilizadas. O premiado o designer Marcelo Briza Bicudo, que criou o banco Iris para a empresa Butzke. Ele vai ganhar uma expedição amazônica a áreas de manejo sustentável.

Ela explica que a divulgação de espécies pouco conhecidas no setor é de extrema importância para a viabilidade técnica e econômica do manejo sustentável, que alia a exploração madeireira com a preservação da floresta. Nesta edição de 2020, as madeiras usadas nos produtos abrangeram tanto espécies nativas quanto exóticas. Entre os finalistas, 41 produtos utilizaram madeira maciça e 25 móveis estavam aptos a concorrer ao prêmio, possibilitando a divulgação de oito diferentes espécies brasileiras, entre elas o cumaru, jequitibá e tauari.

Com patrocínio de Berneck, Brasmacol e Interprint do Brasil, o Prêmio Salão Design é o prêmio brasileiro de design de mobiliário, sendo realizado desde 1988 pelo Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis). O prêmio nasceu como projeto paralelo da feira Movelsul Brasil e, em sua trajetória de 32 anos, já teve 15.040 projetos inscritos.

Nessa 23ª edição, o prêmio é de R$ 10 mil para profissionais e R$ 6 mil para estudantes. A cerimônia de premiação e mostra de produtos será na Movelsul Brasil, de 16 a 19 de março de 2020, em Bento Gonçalves. Os vencedores vão participar, ainda, de uma segunda exposição nesse ano, durante o São Paulo Design Weekend.

 

Vencedores do Prêmio Salão Design 2020

 

Categoria: Desafio dos Espaços em Transformação

 

Modalidade Estudante

 

Mesinha Bold, design de Renan Albano, São Paulo (SP)

UNESP | Universidade Estadual Paulista. Professor orientador: Claudio Roberto Y Goya

Troféu Professor Orientador: Claudio Roberto Y Goya

 

Parecer dos jurados: “O encaixe cônico dos pés permite um perfeito empilhamento das mesinhas que, usadas sobrepostas ou lado a lado, atendem uma demanda real dos pequenos espaços”

 

Modalidade Profissional

 

Mobiliário Vira e Mexe, design de Roberta de Sá Faustini, São Paulo (SP)

 

Parecer dos jurados: “As soluções construtivas deste mobiliário infantil permitem a versatilidade de seu uso, proporcionando extensão de sua vida útil, sendo perfeitas para sua produção em escala industrial”

 

Categoria: Desafio da Identidade Brasileira 2020

 

Modalidade Estudante

 

Zals, design de Richard Tenfen e Augusto Meurer, Joinville (SC)

UNIVILLE | Universidade da região de Joinville

 

Parecer dos jurados: “A peça homenageia dois grandes nomes do mobiliário modernista brasileiro - Jorge Zalszupin e Zanine Caldas - com desenho essencial e leve do ponto de vista visual e estrutural”

 

Modalidade Profissional

 

Banco Peteca, design de Rafael Studart Alencar, Fortaleza (CE)

 

Parecer dos jurados: “A peça buscou referência lúdica no brinquedo popular brasileiro, com projeto inteligente do ponto de vista da produção: os pés têm dois modelos com variantes de acabamentos e cores, e o desenho permite seu empilhamento e uso como peça de apoio”

 

Menção honrosa modalidade Profissional

 

Cadeira Salvador, design de Vinicius Siega, Bento Gonçalves (RS)

 

Parecer dos jurados: “Elegante e visualmente leve, seu desenho essencial resulta em economia de materiais e no perfeito encaixe da estrutura com o assento”

 

Categoria: Desafio do Uso do Painel

 

Modalidade Profissional

 

Lazo, design de Clarisa Bielawski, Ernesto Fasano, Pablo Jaime e Florencia Martínez, Sámago, Montevideo (UY)

 

Parecer dos jurados: “A peça tirou partido da alta resistência do material - uma placa de 6 milímetros - que foi usinada por tecnologia CNC , dando maleabilidade e transparência ao material, resultando uma peça leve com efeito moiré”

 

Menção honra na modalidade Profissional

 

Mesa de centro Cob, design de Frederico Cruz, Florianópolis (SC)

 

Parecer dos jurados: “Um jogo de planos que resultou em uma peça com força visual expressiva, além de fazer bom uso dos painéis, busca referência no elemento arquitetônico de importância na cultura material brasileira”

 

Categoria: Desafio da Tecnologia Embutida

 

Modalidade Profissional

 

Cadeira Jataí, design de José Alcântara Machado e Luciana Sobral para Maqmóveis, São Paulo (SP)

 

Parecer dos jurados: “Projeto muito bem resolvido do ponto de vista técnico e estético. A mesma peça se adapta a usuários destros e canhotos, bem como premindo maior flexibilidade de uso com a possibilidade de retirada da mesinha giratória”

 

Menção honrosa modalidade Estudante

 

Cabideiro Tripé, design de Bárbara da Silva Pinto, Viamão (RS)

PUCRS | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Professor Orientador: Alexandre Monteiro de Barros

 

Parecer dos jurados: “Versatilidade interessante para mobiliário infantil com uso de tecnologia da impressão 3D na produção de componentes”

 

Menção honrosa modalidade Profissional

 

Talipot, design Jayme Bernardo para Saccaro, Caxias do Sul (RS)

 

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