Geral Opinião
Você já ouviu falar em monarquia parlamentarista?
Rodrigo Ricieri fala sobre como o Brasil deixou de ser uma das monarquias mais respeitadas do mundo e se tornou uma república das “bananas”.
28/07/2024 19h53 Atualizada há 2 meses
Por: Marcelo Dargelio

Em 21 de abril de 1993 o Brasil viveu um momento inusitado com a ocorrência do plebiscito para determinar a forma de governo do país. Desde a queda do império, nosso Brasil vive um problema de identidade moral. Essa identidade por sua vez, deixou marcas profundas no povo e fez com que nossa imagem lá fora fosse sempre motivo de controvérsias e descrença moral.

Não muito distante em nossa história (mas poucos sabem), o plebiscito de 93 tinha a intenção de resgate histórico e a vontade de dar ao Brasil um rumo melhor diante de toda “ a má fase” que vivemos com a proclamação da república, ditadura militar, diretas já, reforma da constituição e por aí vai.

Após a redemocratização do Brasil, uma emenda da nova Constituição determinava a realização de um plebiscito para se decidir se o país deveria ter uma forma de governo republicana ou monarquista, e se o sistema de governo seria presidencialista ou parlamentarista.

A regulamentação desse ato, foi feita pelo então Presidente da República Itamar Franco ( aquele presidente que voltou a fabricar o Fusca e que teve um escândalo amoroso com a modelo Lilian Ramos, que foi flagrada sem calcinha no carnaval de 1994). Um horror para a época e hoje a ex-modelo vive radicada na Itália.

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Falar em períodos históricos é assim mesmo, onde encontramos muitas informações paralelas e tentar contar um único fato histórico é missão difícil.

A maioria dos eleitores votou a favor do regime republicano e do sistema presidencialista, maneira pela qual o país havia sido governado desde a Proclamação da República 104 anos antes – com exceção de uma breve experiência parlamentar entre 1961 e 1963.

Mas afinal de contas, o que é monarquia parlamentarista?

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A Monarquia parlamentarista é uma das formas de governo existente nos países ocidentais atuais, na qual o monarca exerce a função de Chefe de Estado sob o controle do Poder Legislativo (Parlamento) e do Poder Executivo (Governo). As normas e decisões emanadas do Parlamento regulam não só o funcionamento do Estado, mas também a atuação e funções do próprio monarca. Na maioria das Monarquias Parlamentares atuais a autonomia e poderes do monarca estão muito limitados e recortados, podendo o Parlamento em qualquer momento tomar decisões que obriguem a seu cumprimento por parte do Rei ( e no caso do Brasil do Imperador ).

Os seguintes países europeus adotam a forma de governo monárquica: Principado de Andorra, Reino da Bélgica, Reino da Dinamarca, Reino de Espanha, o Principado de Liechtenstein, Grão-Ducado do Luxemburgo, o Principado de Mônaco, Reino dos Países Baixos - Holanda, Reino da Noruega, Reino da Suécia, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e o Estado da Cidade do Vaticano. A maioria das monarquias europeias são monarquias constitucionais, ou seja, monarquias nas quais o poder do Chefe de Estado é limitado pela constituição. A exceção é o Estado da Cidade do Vaticano que, atualmente, conserva como forma de governo uma monarquia absoluta.

E o Brasil, como se tornou a república das bananas?

A expressão surgiu pelo escritor americano William Sydney Porter, conhecido como O. Henry, no conto O Almirante, de 1904, em um conto que se passou em Anchuria ( um país que não existe ), mas que era chamado de república das bananas. O escritor morou em Honduras e talvez de lá tenha sido a sua inspiração.  Na época era um termo para se referir aos países da América Central com muitas plantações de bananas e considerados subdesenvolvidos.

Mas no nosso caso, tudo começou em 1889. O fim da monarquia no Brasil ocorreu em 15 de novembro de 1889 com a Proclamação da República. Nesse evento histórico, a monarquia chegou ao fim, e a Era Republicana teve início no país. O Imperador Dom Pedro II foi retirado do trono, e o Marechal Deodoro da Fonseca se tornou o primeiro presidente do Brasil após a proclamação.

Seria ele o culpado retirar a verdadeira identidade moral do Brasil e substituir por uma força republicana, carregada de egocentrismo e arrogância? SIMMMMMMMMMM!

Mesmo que a monarquia não representasse a melhor forma de governo de países em busca da modernidade, vivíamos uma imagem respeitada e forte presença patriarcal no mundo. O que acabou com as eleições presidenciais, criações de exagerados partidos e nenhuma ordem moral para candidatos à políticos, por conta a tal liberdade.

Na manhã do dia 19 de novembro, o marechal recebia em sua casa alguns republicanos, apreciação do projeto da nova bandeira do Brasil. Deodoro, porém, desejava manter a antiga Bandeira Imperial, dela retirando apenas a coroa ( a nossa atual bandeira possui a cor verde de Bragança e Amarelo de Habsburgo) e considerou a bandeira que lhe fora apresentada como uma cópia grosseira da bandeira dos Estados Unidos.

Está com grande movimentação nas redes sociais a possibilidade de votação para mais um plebiscito com previsão de urnas em 2026. A intenção não é possuir um imperador absolutista, mas devolver a moralidade com a imagem de um grande pai que moraliza a nação e que deixa os poderes de comando com o parlamento ( senadores, deputados e todos os que já existem ), mas devolve ao Brasil uma imagem moral em toda a sua positividade assim decorre na Espanha, Holanda, Bélgica e outros.

Será que daremos um fim à república das bananas?