Em 2019, o venezuelano Gregório Eusébio Diaz Bastardo, de 35 anos, chegou ao Brasil, em busca de trabalho e condições melhores para ajudar sua família, mas tudo mudou após receber um diagnóstico de câncer no intestino. Uma doença que afeta cerca de 50 mil pessoas por ano, em território brasileiro.
Trabalhando na cidade de Nova Araçá (RS), localizada na serra gaúcha e compartilhando a moradia com colegas, Gregório viu seus planos de proporcionar uma vida melhor para sua mãe se distanciarem enquanto os sinais da doença começaram a se tornar evidentes em seu corpo. “A ideia era trabalhar uns meses no Brasil e me mudar para o Peru, onde mora minha irmã”, conta o paciente.
Após uma série de idas à enfermaria da empresa e ao posto de saúde local, sem conseguir um diagnóstico preciso, a vida de Gregório tomou um rumo inesperado. Graças à intervenção da médica cubana Yemila Rosario Navarro, ele foi encaminhado a um especialista em Bento Gonçalves. “Esse atendimento marcou minha vida profissional. Sinto muita gratidão em saber que ele está vivo hoje, e com um belo futuro pela frente”, recorda a médica. A trajetória de Gregório estava apenas começando: “fui fazer um exame e quando acordei, havia passado um mês e uma semana em que fiquei em coma”, relembra.
Ely Mar Castillo, amiga de Gregório, conta que um grupo de amigos de Nova Araçá se mobilizou para auxiliar no que era preciso, incluindo arrecadação de fraldas e produtos de higiene, além de se revezarem nas visitas. “Criamos um grupo para manter todos informados, inclusive a mãe dele, Dona Dolores”, conta ela, que também era responsável pelas decisões médicas. Para ela, o momento mais difícil, foi quando decidiram desligar os aparelhos que mantinham Gregório vivo. “Telefonei para a Dona Dolores, e com muita fé, ela autorizou desligar, pois já sabia que o filho iria acordar”, relembra.
Após sair do coma, o rapaz demonstrou determinação e fé nos dias que passaram, lutando incessantemente para retomar sua saúde e voltar a caminhar. Hoje reside em Bento Gonçalves para continuar o tratamento contra a doença. Foi nesse momento que Ely, contribuinte da Aapecan, indicou que ele buscasse apoio na entidade. Apesar dos desafios, Gregório segue o tratamento na cidade e se mantém firme em seu objetivo, inspirando aqueles ao seu redor com sua resiliência e determinação.
O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam no intestino grosso, chamado cólon, e no reto (15-12cm finais do intestino, imediatamente antes do ânus). Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal. É tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. A Aapecan fornece apoio aos pacientes em tratamento e familiares que precisam de ajuda neste momento.