Em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre o avanço do sarampo em nível global, apontando que os casos notificados aumentaram 94% em 2024 em relação ao ano anterior. Diante do alerta mundial contra o sarampo e da crescente de casos em vários países, a Secretaria da Saúde (SES) recomenda a vacinação contra a doença, principalmente para quem vai viajar para o exterior.
Em 2016, o Brasil chegou a receber o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela OMS. Em 2018, entretanto, o vírus voltou a circular no país e, em 2019, após um ano de franca circulação do sarampo, o país perdeu a certificação de país livre do vírus. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2018 a 2022, foram confirmados 9.325, 20.901, 8.100, 676 e 44 casos de sarampo no Brasil, respectivamente. Em 2022, os seguintes estados confirmaram casos da doença: Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá, sendo que o último caso confirmado no país foi registrado no estado do Amapá em junho de 2022. O sarampo é classificado por autoridades sanitárias como uma doença infecciosa grave e que pode levar à morte. A transmissão acontece quando a pessoa infectada tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. É uma das doenças mais contagiosas entre os seres humanos no mundo todo.
A maior preocupação é com o deslocamento de pessoas em razão da temporada de férias e das Olimpíadas de Paris, que ocorrerão de 26 de julho a 11 de agosto. “Algumas pessoas do Estado irão para os jogos olímpicos ou viajarão para o exterior nas férias. Estamos alertando à população que verifique seus registros vacinais. O sarampo é uma doença que afeta todas as faixas etárias e pode levar à morte. As crianças menores de um ano são as que correm maiores riscos de complicações e evolução a óbito”, afirmou a especialista em Saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Lara Crescente.
A ação mais importante para a proteção de todos é a vacinação. “O vírus do sarampo é extremamente contagioso. A nossa arma é a vacina, que está disponível em todas as unidades de saúde. Quando um adulto se vacina, ele também está protegendo as crianças menores de um ano”, ressaltou. A vacina é indicada para grupos entre um e 29 anos (duas doses da vacina tríplice viral) e entre 30 e 59 anos (uma dose da vacina tríplice viral). Para estar protegido, quem for viajar deve tomar a vacina até, pelo menos, 15 dias antes de embarcar.
O Brasil não apresenta casos confirmados desde 2022. No Rio Grande do Sul, os últimos registros ocorreram em abril de 2020. Entretanto, já foram verificados casos importados nesse período. No Estado, em janeiro deste ano, a doença foi diagnosticada em uma criança proveniente de país com circulação do vírus no continente asiático. Nessa ocasião, a SES avaliou a situação vacinal de todos aqueles que tiveram contato com a criança, vacinando-os quando necessário. Desse modo, foi possível evitar a transmissão da doença. Nos últimos 12 meses, foi registrado grande número de casos na Europa: 5.778. Nesse período, houve 347 registros na França, onde ocorrerão as Olimpíadas 2024. Na América, houve registros em países vizinhos ao Brasil: Argentina, Bolívia e Peru. E, nos Estados Unidos, já há mais de 150 notificações. A maneira mais efetiva de evitar o sarampo, de acordo com o Ministério da Saúde, é por meio da vacinação. Atualmente, dois tipos de imunizantes previnem a doença: a vacina tríplice viral, que o protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola; e a vacina tetra viral, que protege contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela (catapora).