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Cultura e imigração italiana marcam a Rota dos Capitéis

Novo roteiro turístico que reúne 10 municípios está ancorado em três estudos que notabilizaram o costume dos imigrantes italianos.

07/07/2024 às 10h00
Por: Marcelo Dargelio
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Cultura e imigração italiana marcam a Rota dos Capitéis

A concepção da ‘Rota dos Capitéis - Caminhos da Imigração e da Fé’ está ancorada em três estudos que notabilizaram o costume dos imigrantes italianos que colonizaram os dez municípios envolvidos em homenagear sua fé e espiritualidade por meio da construção de templos. Dois deles são de autoria do jornalista Fabiano Mazzoti. O Livro do Capitel, com o mapeamento dos capitéis construídos no território da antiga Colônia Dona Isabel, hoje representada por Bento, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza, e Amém, Bento Gonçalves - Igrejas e capelas desta terra. O outro é "Perto das Estrelas", um trabalho do Circulo Trentino di Garibaldi que traça a existência dos pequenos santuários na antiga Colônia Conde D'Eu – hoje Garibaldi –, além de Carlos Barbosa e outros municípios.

Esse respaldo é um dos elementos que torna o projeto ainda mais relevante. "Estamos às vésperas dos 150 anos da Imigração Italiana no nosso Rio Grande do Sul e quando as primeiras famílias chegaram aqui, foi a fé que lhes deu a força para seguir. E isso se deu a partir do terço em família, pela edificação dos capitéis com seus Padroeiros, nas estradas e encruzilhadas e no forte senso de pertença e participação na comunidade de fé onde todos faziam parte de uma grande família, e nela partilhavam as alegrias e as provações do cotidiano da vida particular, familiar e comunitária. Nessa grande celebração de 150 anos, é um marco importante para valorizarmos a história de tanta gente, e não deixarmos esquecida no tempo a memória da fé dos antepassados que aqui chegaram e com muito trabalho, lançaram as bases para construir esta realidade, da qual hoje nós fazemos parte", diz o Bispo da Diocese de Caxias do Sul, Dom José Gilson. A Mitra Diocesana de Caxias do Sul é apoiadora da iniciativa.

Essa memória cultural que acompanha o resgate dos capitéis traz, ainda, outro elemento – o espiritual. “O capitel é onde se pode rezar, onde é possível se encontrar. Que seja, também, lugar e oportunidade de repensar a vida, buscar muito mais força e reencontrar alegria”, disse o Pároco da Paróquia Santo Antônio, Padre Volmir Comparin, ao compartilhar sua bênção.

 Integração e retomada

Projeto de caráter cultural, a Rota dos Capiteis surgiu como forma de valorizar e, principalmente, preservar igrejas, capelas, grutas e capitéis, alguns deles presentes na paisagem serrana há mais de um século. Sua concepção está inspirada na data e integra a agenda das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, em 2025.

“Estamos muito próximos de entregar à região um projeto inédito de integração e colaboração entre os municípios, expresso por meio de uma rota verdadeiramente da Serra gaúcha, que promoverá o turismo de experiência e gerará desenvolvimento regional”, conta Marijane Paese, presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, entidade que coordena o projeto juntamente com os dez municípios participantes.  A iniciativa, além de enaltecer o legado de fé e trabalho da imigração italiana, vem como propulsora para a retomada dos negócios, especialmente os do trade turístico, severamente impactados pelo desastre climático que atingiu o RS em maio. “Nossa história, tão rica, nos presenteia mais uma vez, agora com a oportunidade de olhar para o passado, enaltecer nossas raízes e buscar delas a força e a inspiração para reerguer nossa região”, diz.

De grande imponência cultural, a Rota dos Capiteis vai transformar a vida das famílias do interior. “Quanta sensibilidade tiveram e têm todos os envolvidos nessa iniciativa, um projeto lindíssimo e apaixonante, desde sua concepção. Nesta data de hoje, 05 de julho, estamos começando a transformar história dos 10 municípios envolvidos e do seu interior, porque esse projeto será muito maior do que imaginamos”, disse o presidente do CIC-BG, Carlos Lazzari.

O CIC-BG coordena o projeto desde 2020, na gestão de Rogério Capoani (2020-2021), seguindo pela de Marijane Paese (2022-2023) e de Carlos Lazzari (2024-2025). À época diretor do CIC-BG, Adriano Miolo é o idealizador da iniciativa.

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